Pirahã, do povo de mesmo nome, tem 3 vogais, 6 consoantes, 1 tempo verbal. Mura linguística, sistema numeral e estrutura social falam no Instituto Socioambiental.
Apitos também são uma forma de comunicação, especialmente em jornadas pelos rios e florestas Foto: Reprodução (www.daneverettbooks.com) Reconhecida como a única língua viva do ramo linguístico Mura, a língua mais desafiadora do planeta é utilizada pela comunidade Pirahã (ou Pirarrã), localizada no sul do Amazonas. Todo o diálogo é construído a partir de apenas três vogais e seis consoantes.
Além disso, os Pirahã possuem uma profunda conexão com seus idiomas tradicionais, expressando sua cultura e identidade através da linguagem. A preservação desses idiomas é fundamental para a manutenção da rica diversidade linguística na região amazônica, enriquecendo ainda mais o patrimônio linguístico mundial. Baobás
A Língua Pirahã e sua Complexidade Linguística
Além disso, o único tempo verbal empregado na língua Pirahã é o presente, e não há substantivos no singular ou plural. Os Pirahã não possuem um sistema numeral, não diferenciam cores (apenas ‘mais claro’ ou ‘mais escuro’) e não possuem nenhum deus ou mitologia, pois acreditam que o universo, o céu e a Terra sempre existiram. Eles não crêem em nada que não possa ser provado, visto ou sentido.
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Uma das principais características do idioma Pirahã, falado por cerca de 400 indígenas que vivem às margens do Rio Maici, é a quantidade mínima de fonemas. São utilizadas apenas as vogais A, I, O e as consoantes G, H, S, T, P e B. Os Pirahã são considerados monolíngues, em sua estrutura social falam apenas um único idioma, além de serem seminômades, migrando de região esporadicamente.
Segundo registros do Instituto Socioambiental (ISA), a língua Pirahã é classificada como tonal e, por isso, podem gerar modos de comunicação específicos, como por meio de gritos e assobios, principalmente quando os indígenas estão em expedição por rios ou matas.
Palavras indígenas que não saem da nossa boca: O ‘falar-comendo’ é uma possibilidade de estabelecer comunicação por meio dos tons, assim, enquanto mastigam, os indígenas podem continuar conversando. A entonação é fundamental, pois algumas palavras têm o mesmo significado – o que as difere é a maneira de pronunciá-las.
A pronúncia de muitos fonemas depende de quem fala, havendo, por exemplo, uma sétima consoante (parecida ao K) somente para os homens. Alguns homens podem se expressar em português, mas as mulheres devem falar apenas pela língua Pirahã.
A cultura linguística Pirahã foi tema do documentário ‘The grammar of hapiness’ (‘A gramática da felicidade’), de 2012, que narra as pesquisas do linguista estadunidense Daniel Everett com o povo. Em 2016, Rolf Theil, professor de linguística da Universidade de Oslo, confirmou: ‘A língua mais difícil do mundo é sem dúvida o Pirahã’.
Segundo especialistas, devido à complexidade, o aprendizado da língua Pirahã demoraria cerca de 10 anos para uma pessoa com uma memória média.
Fonte: @ Nos
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