Pesquisa da AtlasIntel para o GPS CNN: 90% dos brasileiros conhecem o PL 1904/2024 sobre interrupção da gravidez, alta taxa de conhecimento na política.
No debate sobre criminalizar ou não mulheres que praticam aborto após a 22ª semana de gestação, mesmo nas situações que o Código Penal não considera crime a interrupção da gravidez, prevaleceu a opinião da maioria da população.
Em relação à questão do aborto, é fundamental considerar os diferentes pontos de vista sobre a interrupção da gravidez, levando em conta aspectos éticos e legais.
Aborto: Um Debate em Pauta na Política e Opinião Pública
E surgiram aprendizados de que os vácuos na política podem ser eventualmente preenchidos pela sociedade. Dados levantados pela AtlasIntel para o programa GPS CNN revelam que a questão da interrupção da gravidez realmente mobilizou a opinião pública: 9 em cada 10 brasileiros tiveram conhecimento do PL 1904/2024, cuja urgência foi aprovada em questão de segundos pela Câmara dos Deputados, mas agora se tornou tema de debate ao longo do segundo semestre, como anunciado por Arthur Lira (PP-AL), presidente da Casa.
Não foi apenas uma disputa de narrativa nas redes sociais, mas também o início de uma reação contrária ao protesto, conforme indicam pesquisas realizadas por empresas como Quaest e Palver em plataformas abertas e aplicativos de mensagens. O PL se tornou assunto na Praça da Sé, nas praias de Norte a Sul, envolvendo homens e mulheres, ricos e pobres, religiosos e agnósticos ou ateus.
Segundo dados da pesquisa Atlas/CNN, 71% são contra equiparar o aborto após 22 semanas a homicídio. Prevaleceu a opinião de que uma grávida que interrompe a gestação após 22 semanas não deve ser considerada uma assassina, com 71% dos entrevistados concordando, especialmente em casos de estupro ou risco à vida da mãe (39,9%).
A pesquisa revela que 29% consideram o aborto após a 22ª semana equivalente a um homicídio. Com a alta taxa de conhecimento sobre o debate, é possível assumir que as opiniões são firmes, indicando que poucos haviam discutido o assunto anteriormente em seus círculos sociais.
É importante observar em quais segmentos há maior adesão à proposta de criminalizar o aborto em quaisquer circunstâncias. Entre os evangélicos, 57,7% apoiam a criminalização do aborto após 22 semanas, um número próximo ao visto entre os eleitores de Jair Bolsonaro no primeiro e segundo turnos.
O apoio à punição da mãe que interrompe a gravidez, mesmo em casos de estupro, diminui com o avanço da idade, escolaridade e renda. Mulheres demonstram maior rejeição ao PL do que homens, com 27,5% delas concordando com a equivalência ao homicídio em qualquer circunstância, em comparação com 30,6% dos homens.
Esse episódio ilustra o quão complexo pode ser avançar em questões de costumes, mesmo em um momento de intenso debate público sobre a interrupção da gravidez.
Fonte: @ CNN Brasil
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