Companhias exportadoras de commodities devem valorizar ganhos, enquanto empresas importadoras enfrentarão pressão com alta do câmbio e cenário inflacionário.
Com uma valorização de 8% desde o início do ano, a valorização do dólar vem impactando diretamente o planejamento de viagens internacionais. O câmbio do dólar ultrapassou a marca de R$ 5,27 esta semana, o maior valor em mais de 12 meses. Essa flutuação na cotação da moeda estrangeira pode influenciar tanto os gastos de turistas no exterior quanto os investimentos de empresas com atuação global.
A alta do dólar e as oscilações do câmbio têm levado empresas a reavaliar suas estratégias de precificação e importação. É importante lembrar que, apesar das preocupações com os custos mais elevados em dólar, essa realidade também abre oportunidades para exportadores e setores que se beneficiam de uma moeda nacional mais desvalorizada. Acompanhar de perto as tendências do mercado de câmbio tornou-se essencial para as organizações que operam em um ambiente globalizado.
Apreciação do Dólar Beneficia Empresas Exportadoras e de Commodities
Produtoras de commodities e empresas exportadoras são parte do grupo de beneficiadas pela valorização do câmbio. Seus produtos cotados em dólar e receitas oriundas de vendas no exterior impulsionam os ganhos. Ações como Klabin (KLBN11) e Suzano (SUZB3) estão entre as que podem se beneficiar da alta do dólar devido à sua exposição no mercado internacional.
Impacto Positivo nas Receitas das Empresas Exportadoras
A valorização do dólar potencializa os ganhos das empresas com parte significativa de suas receitas provenientes de exportações. Por exemplo, no último trimestre do ano passado, a Suzano obteve 77% de sua receita líquida no mercado externo. Empresas como JBS (JBSS3), CSN Mineração (CMIN3), Gerdau (GGBR4) e Vale (VALE3) também são beneficiadas por esse cenário.
Setores Favorecidos e Prejuízos com a Alta do Dólar
O cenário positivo se estende às produtoras de petróleo, como Enauta (ENAT3) e Prio (PRIO3), e empresas do setor agropecuário, como Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3). Essas companhias ganham com o incremento de receitas sem aumento proporcional de custos.
Por outro lado, papéis de empresas importadoras e com dívidas em dólar podem ser impactados negativamente. Setores como construção e incorporação, incluindo Cyrela (CYRE3), MRV (MRVE3) e Eztec (EZTC3), enfrentam aumento de custos e pressão inflacionária devido à alta do dólar.
Impacto na Indústria do Varejo e Consumo Doméstico
Empresas varejistas, como Lojas Renner (LREN3), Magazine Luiza (MGLU3) e Grupo Casas Bahia (BHIA3), podem ser afetadas pela pressão inflacionária decorrente do dólar valorizado, reduzindo o poder de compra dos consumidores. No segmento de bens de consumo, nomes como Multilaser (MLAS3) e Intelbras (INTB3), com forte viés de importação, também sentem o impacto negativo.
Por fim, empresas com dívidas em dólar, como companhias do setor aéreo, a exemplo de Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4), enfrentam desafios adicionais devido à valorização da moeda estrangeira.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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