Recentemente, houve aumento repentino de lesões por águas-vivas em banhistas devido à repentina aparição delas no mar com aumento de temperatura oceânica.
As águas-vivas são uma presença cada vez mais comum nas praias em todo o mundo. Com as águas-vivas proliferando devido ao aumento da temperatura da água e outras consequências das mudanças climáticas, os banhistas precisam ficar atentos para evitar possíveis encontros desagradáveis.
Esses organismos marinhos, também conhecidos como medusas, pertencem ao grupo dos cnidários e têm capacidade de se adaptar a diferentes condições ambientais. Por isso, a conscientização sobre como agir em caso de contato com águas-vivas é fundamental para a segurança de todos na praia. Fique alerta e mantenha-se informado para desfrutar do mar sem surpresas indesejáveis.
Impacto do Aumento Repentino de Temperatura no Aparecimento de Águas-vivas
Especialistas em organismos marinhos acreditam que o aumento súbito da temperatura do oceano é o principal responsável pela inesperada e desordenada aparição de águas-vivas, também conhecidas como medusas ou cnidários, nas praias de Fortaleza (CE) e sua região metropolitana.
O biólogo Marcelo Soares, docente na Universidade Federal do Ceará (UFC), testemunhou pessoalmente a situação enquanto estava no mar por 10 dias, período em que ocorreu esse fenômeno conhecido como ‘bloom’. Segundo ele, a temperatura do mar atingiu 30 graus em toda a camada marinha, desde a superfície até 20 metros de profundidade.
As análises indicam que a temperatura da água no litoral cearense está 2,5 graus acima da média esperada. Um alerta emitido pelo NOAA, agência dos Estados Unidos para assuntos oceânicos e atmosféricos, classifica as águas nordestinas em alerta 1 para altas temperaturas, enquanto o Ceará alcança o nível 4 de alerta.
O aumento da temperatura oceânica, somado ao excesso de chuvas que transportam nutrientes dos rios para o mar e à diminuição da intensidade dos ventos, cria condições ideais para a proliferação das águas-vivas. Segundo o cientista Luis Ernesto Arruda, do Governo do Ceará, esses fatores favorecem a reprodução desordenada desses organismos marinhos.
Apesar do potencial impacto negativo desse desequilíbrio ecológico, Arruda acredita que a densidade populacional de águas-vivas deve ser naturalmente controlada, seja pela ação de seus predadores naturais ou pela limitação dos recursos disponíveis.
No entanto, até que a situação se normalize, banhistas e frequentadores de praias afetadas pela repentina presença de águas-vivas devem permanecer atentos. O biólogo Soares recomenda cautela, especialmente em áreas com águas calmas, já que as aparições repentinas foram mais evidentes nessas regiões em detrimento das praias com mar agitado, como a Praia do Futuro.
Apesar dos incidentes registrados, como o caso do aposentado Ricardo Duarte, que sofreu uma lesão por água-viva enquanto nadava, a expectativa é de que a situação se estabilize em breve, permitindo que os banhistas desfrutem das praias sem maiores preocupações.
Fonte: @ Terra
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