Mulheres enfrentam pressão estética desde criança, intensifica durante gravidez e pós-parto: pressões, relacionadas a aparência, recuperação, grávidas, regras, saúde mental perinatal, histórico de depressão, ansiedade ou transtorno alimentar.
Flores e um café da manhã especial são gestos encantadores para celebrar o Dia das mães, porém, um presente verdadeiramente valioso que muitas mães desejariam é uma relação mais saudável com sua imagem corporal. A cobrança sobre as mulheres para atender a padrões de beleza irreais não deve ser atribuída a relacionadas à obesidade.
Além disso, é importante lembrar que as mães são seres humanos completos, com desejos, sonhos e complexidades para além do papel tradicional que a sociedade muitas vezes lhes impõe. É fundamental reconhecer a individualidade e a diversidade de experiências que as mulheres que são mães carregam consigo, indo muito além do que é retratado em novelas e mídias em geral.
Pressões e Expectativas Relacionadas às Mães e sua Recuperação Pós-Parto
Reconhecer e resistir a ideais de aparência irrealistas pode ter um impacto positivo na vida das mães em todas as etapas da maternidade. Enquanto as mulheres enfrentam pressões relacionadas à sua aparência ao longo da vida, para aquelas que se tornam mães, o período pós-parto pode ser particularmente desafiador. Em 2010, lembro-me vividamente de ser mãe de crianças pequenas quando a modelo Gisele Bündchen fez um ensaio para a Vogue poucos meses após dar à luz. Durante a agitação online que se seguiu, a mensagem reconfortante era que mulheres ‘comuns’ não deveriam se comparar a uma supermodelo.
No entanto, quase todas as mães pós-parto, sejam celebridades ou não, enfrentam uma pressão implícita para ‘recuperar’ seus corpos pré-gravidez. Mesmo que você tivesse a genética e o suporte de Bündchen, não é razoável – e até cruel – esperar que você se concentre em parecer como se nunca tivesse estado grávida. A verdade é que você acabou de gerar um ser humano dentro do seu corpo e passou por um parto físico ou uma cirurgia abdominal significativa.
Apesar do que vemos nas capas de revistas e nas redes sociais, ‘não há como voltar atrás no crescimento de um ser humano’, como observou Jen McLellan, educadora de nascimento certificada em Albuquerque, Novo México, nos Estados Unidos.
As expectativas de ‘recuperação’ após a gravidez podem ser prejudiciais, uma vez que a gravidez e o parto representam algumas das maiores transformações físicas que alguém pode vivenciar. Essas expectativas não são apenas irrealistas, mas também podem afetar a saúde e o bem-estar das novas mães. O impacto dessas pressões prejudiciais à aparência é algo que deve ser levado a sério, como ressalta Jill Schwartz, terapeuta especializada em saúde mental perinatal.
‘Nossa sociedade não está prestando um bom serviço às mães’, observa ela, ao enfatizar que as mães são bombardeadas com regras sobre sua aparência, em vez de receberem o apoio necessário. Esses ideais prejudiciais podem agravar ou desencadear problemas de saúde mental, especialmente para mulheres no pós-parto com histórico de depressão, ansiedade ou transtornos alimentares.
Se as mães se sentirem preocupadas com sua aparência, exercício ou alimentação (mesmo que seja considerada ‘saudável’), isso pode ser um sinal de problemas significativos de saúde mental materna. Um dos passos mais cruciais para as novas mães é trabalhar em direção à aceitação e gratidão pelas mudanças que vêm com a maternidade.
‘Seu corpo não será o mesmo de antes. E você realizou algo maravilhoso e incrível que nem todos podem experimentar’, destaca Schwartz. ‘Você pode crescer e abraçar isso. Mas seu corpo não será como era antes, assim como a vida não será a mesma.’
Ao sentir a pressão de tentar controlar ou mudar suas medidas, as mães podem começar reconhecendo que essas ideias não são naturais ou inatas. É fundamental lembrar que a jornada da maternidade é única para cada mulher, e a saúde mental é tão importante quanto a saúde física.
Fonte: © CNN Brasil
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