Investidores focam em Apple’s próximos trimestres, com dados dos 1º trimestre conhecidos. Alta expectativa para crescimento, demanda relacionada a inteligência artificial. Apple anunciou produtos/serviços, bilionário Elon Musk (CEO, Tesla) com vendas decepcionantes, concorrência intensa, medidas contra tecnologias americanas, atualização de linhas e relevantes funcionalidades.
Assim como o balanço da Tesla, a expectativa é alta sobre o balanço da Apple (APPL; Nasdaq), que será revelado após o fechamento do mercado americano nesta quinta-feira (2).
A Apple, Inc., famosa fabricante do iPhone, é um dos destaques do grupo de empresas de tecnologia, com a divulgação de seus resultados financeiros sempre gerando grande interesse entre os investidores.
Ações em Alta Demanda: Desafios e Projeções da Apple
Ambas as ações ‘magníficas’ (como é chamado o grupo de ações de alto crescimento nos EUA) vêm enfrentando pressões de investidores e se descolando de seus pares: Meta, Amazon, Alphabet, Microsoft e Nvidia. No acumulado do ano até o fim de abril, as ações da Apple desvalorizaram mais de 11% enquanto nos últimos 12 anos registra leve valorização de 0,92%.
A Nvidia, por exemplo, cresceu 200% em um ano, enquanto a Meta valorizou cerca de 84% em um ano, a Amazon registrou alta de quase 79%, a Alphabet avançou quase 60% e a Microsoft cresceu cerca de 30%. As cinco companhias foram impulsionadas por se beneficiarem da demanda relacionada à inteligência artificial, anunciando produtos e serviços relacionados ao tema.
Mas ainda que não seja esperado um resultado de brilhar os olhos, as projeções da Apple para os próximos trimestres teriam o poder de mudar o rumo do papel, assim como as feitas pelo bilionário Elon Musk, CEO da Tesla? Segundo analistas, dificilmente. ‘Há dois anos e meio temos uma visão pessimista sobre a Apple. Ela começa a ficar menos pessimista agora, mas não esperamos mais do que um balanço sem graça’, diz Thiago Kapulskis, analista de ações de tecnologia do Itaú BBA.
Desde o lançamento do iPhone 15, no último trimestre do ano passado, as vendas da fabricante do aparelho vêm decepcionando nos últimos dois trimestres, em particular na China, que representa 20% da receita da companhia. Na segunda maior economia do mundo, a concorrência com empresas locais, como a Huawei, tem ficado mais acirrada.
Além disso, medidas contra tecnologias americanas têm sido implementadas pelo governo chinês em agências e empresas estatais como represália às restrições americanas à indústria de semicondutores chinesa, explica Amaral, da Kinea.
Do lado positivo, os dados mensais de venda de smartphone mostraram melhora em março, o que pode indicar que o pior já passou, diz Amaral, da Kinea. Mas o dado do IDC ainda mostrou vendas fracas do iPhone, e avanço da Samsung em fatia do mercado. A falta de atualização de linhas como Mac e iPad também tem levado a quedas acentuadas de vendas globalmente, completa. ‘Esses segmentos de produtos estão passando por uma ressaca grande desde a pandemia. Passados quatro anos, passou a se esperar uma atualização, mas ela está sendo postergada pela empresa’, diz Guilherme Bellizzi Motta, estrategista de BDRs da corretora do banco Santander.
Ainda que tenda a sofrer mais do que as outras grandes empresas de tecnologia porque seu negócio é mais dependente de ciclos econômicos do que o das outras, até agora a Apple ainda não inseriu funcionalidades relevantes em seu aparelho relacionadas à inteligência artificial, que tem sido o grande tema para as empresas de tecnologia americanas desde 2023 e atraído o capital dos investidores.
Colabora para que não hajam surpresas no balanço de hoje o fato de que diversos números sobre vendas relacionados ao 1º trimestre já foram divulgados, pois estão incluídos em relatórios mensais de consultorias.
Desafios de Mercado: O Impacto dos Resultados da Apple
Apesar das expectativas altas, a Apple, Inc. enfrenta desafios significativos no mercado de smartphones. Após o lançamento do iPhone 15, as vendas da fabricante do aparelho têm decepcionado, especialmente na China, um mercado crucial que representa 20% da receita da empresa. A concorrência local, liderada por empresas como a Huawei, tem se intensificado.
Por outro lado, a falta de atualização das linhas de produtos, como Mac e iPad, tem contribuído para quedas nas vendas em todo o mundo. A demanda por novidades e funcionalidades relevantes tem sido evidente, mas a empresa tem adiado as atualizações, o que tem impactado suas vendas.
Enquanto outras gigantes da tecnologia, como Nvidia, Meta e Amazon, obtiveram crescimento expressivo impulsionado pela inteligência artificial, a Apple ainda não incorporou plenamente essas tecnologias em seus produtos. Isso tem sido um ponto de preocupação para investidores e analistas, que esperam ver a empresa se destacar nesse campo.
Com projeções para os próximos trimestres em foco, a Apple precisa superar as expectativas e apresentar resultados sólidos para reconquistar a confiança dos investidores. Mesmo em um cenário desafiador, a empresa tem potencial para se destacar, mas enfrenta a pressão de um mercado competitivo e exigente. A atualização de suas linhas de produtos e a integração de recursos de inteligência artificial podem ser fundamentais para impulsionar seu crescimento futuro.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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