Economista-chefe do Citigroup prevê manutenção da taxa Selic alta no Brasil por muito tempo, com EUA fazendo três cortes de juro em 2024.
Economista-chefe para América Latina do Citigroup, o brasileiro Lucas Silva também enfrenta o desafio de analisar economias diversas na região, desde um Chile com crescimento acelerado até um Peru lidando com instabilidade política. A experiência do economista em mercados emergentes é fundamental para traçar estratégias que levem em consideração as particularidades de cada país.
Além disso, como especialista em finanças internacionais, Lucas Silva precisa estar atento às oscilações do mercado global, buscando antecipar possíveis impactos nas economias locais. Sua atuação como analista renomado é essencial para oferecer insights valiosos aos investidores que buscam oportunidades na região latino-americana.
Economista Revilla analisa impacto dos juros nos Estados Unidos na região
E, para completar, acompanhar o impacto dos juros nos Estados Unidos na região. Nesta entrevista ao NeoFeed, o economista Revilla, especialista no assunto, demonstra equilíbrio ao analisar cada cenário. Surpreendentemente, sua moderação ao comentar a turbulência política e econômica recente no Brasil é notável: elogiou a decisão do Copom de manter, de forma unânime, a taxa Selic em 10,5% e não acredita que um impulso fiscal do governo possa alterar a previsão do banco de crescimento do PIB do Brasil para 2024 e 2025, por exemplo.
Estamos nos aproximando de um longo período de manutenção da Selic sem alteração, apesar das pressões nos dois sentidos que possam surgir, afirma Revilla. No entanto, o economista destaca que uma taxa Selic de 10,5% ao ano é consistente com uma inflação que está na meta no horizonte da política monetária.
Além disso, o especialista Revilla prevê uma recuperação do real em relação à moeda americana, fechando 2024 cotado a R$ 5,16 por dólar e, no fim de 2025, a R$ 5,07 – valores bem abaixo da cotação atual (R$ 5,39). A recente oscilação da moeda, assegura, foi determinada, em parte, pela reação ‘exagerada’ do mercado a notícias ruins, como as críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
O otimismo de Revilla se estende à queda dos juros pelo Federal Reserve, o BC dos EUA. Diferentemente dos economistas americanos, que preveem dois cortes dos juros em 2024, o Citi, onde Revilla é analista, trabalha com três cortes de 0,25 ponto percentual nos juros até dezembro, seguidos de mais oito cortes em 2025.
Leia a seguir trechos da entrevista, concedida por Revilla antes de desembarcar em São Paulo para participar da 16ª edição da Equity Conference do Citi Brasil, cuja programação terá painéis com analistas globais a partir desta terça-feira, 25 de junho. Quais as perspectivas do Citi para a taxa Selic no Brasil? Foram alteradas depois que o Banco Central manteve a Selic em 10,5%?
Foi uma decisão esperada e responsável do BC. Estávamos esperando a manutenção da Selic sem mudança e achamos interessante ter sido unânime, uma mostra de que a decisão foi técnica, com a qual o mercado concorda. Para o Citi, manter a taxa Selic no patamar atual é suficiente para prever uma inflação dentro da meta de 3% para 2025? Acreditamos que sim.
E acredito que, de fato, estamos nos aproximando de um longo período de manutenção da Selic sem alteração, apesar das pressões nos dois sentidos. Se a economia voltar a acelerar ou tivermos uma maior expansão fiscal, haverá tendência para uma taxa de juro mais elevada. Se ocorrer um abrandamento inesperado na economia, os juros devem cair.
Mas apostamos que estes riscos permanecerão equilibrados e uma taxa Selic de saída de 10,5% ao ano é consistente com uma inflação que está na meta no horizonte da política monetária. ‘Uma taxa Selic de 10,5% é consistente com uma inflação na meta no horizonte da política monetária’. O que poderia ter maior impacto na trajetória da inflação brasileira: mercado de trabalho aquecido, setor de serviços ou pressão fiscal? No momento, uma economista.
Fonte: @ NEO FEED
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