Conflitos da Comissão na Curva do, Estado brasileiro, luta intensa pela reforma agrária após 28 anos pelo uso da terra.
Por mais de duas décadas, o assentamento 17 de Abril, localizado em Eldorado do Carajás, no Pará, realiza diversas ações na Curva do S para garantir que o trágico acontecimento contra os trabalhadores rurais em busca de reparação não seja esquecido.
É fundamental que a comunidade continue lutando por restituição e compensação pelas perdas sofridas naquele terrível episódio, buscando assim uma forma de reparação efetiva e justa para garantir um futuro mais digno para todos os envolvidos.
Reparação Histórica Após o Massacre de Eldorado dos Carajás
Em 17 de abril de 1996, ocorreu o trágico massacre em que policiais militares ceifaram a vida de 21 pessoas e deixaram outras 79 feridas durante uma marcha na estrada PA-150, no km 95. As marcas desse evento ainda perduram na memória daqueles que foram testemunhas e sobreviventes. Maria Zelzuita Oliveira de Araújo descreve a mistura de tristeza e indignação que tomou conta de todos diante da brutalidade do ocorrido.
Jorge Neri, dirigente estadual do MST no Pará, destaca a necessidade urgente de uma reparação profunda por parte do Estado brasileiro, que deve ser tanto psicossocial quanto econômica para as vítimas desse massacre. O sofrimento da comunidade local é evidente, e a reparação se faz essencial para ajudar na cura das feridas abertas por tanto tempo.
Na Curva do S, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra realiza há 18 anos o Acampamento Pedagógico da Juventude Sem Terra Oziel Alves Pereira, em memória daqueles que lutaram e morreram pela reforma agrária. Este evento anual reúne jovens de diversos estados, promovendo a conscientização e a continuidade da luta por justiça.
O conflito no campo segue intenso, com o Caderno de Conflitos da Comissão Pastoral da Terra relatando 973 casos no primeiro semestre de 2023, sendo 791 relacionados ao uso da terra. As demandas por justiça e reparação ainda pervadem as comunidades rurais, destacando a importância de políticas e ações efetivas por parte das autoridades.
No encontro em Eldorado dos Carajás, o repúdio à falta de justiça e punição dos responsáveis pelo massacre é evidente. Laurindo da Silva, também sobrevivente, expressa a necessidade urgente de reforma agrária para garantir o sustento e dignidade aos trabalhadores rurais. O evento é marcado por protestos, atividades culturais e feiras de produtos da agricultura familiar, demonstrando a força e a resistência dessas comunidades.
A Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária, com o tema ‘Ocupar para o Brasil Alimentar’, mobiliza milhares de famílias Sem Terra em todo o país. Novas ocupações e acampamentos surgem em diferentes estados, sinalizando a persistência e a determinação desses indivíduos na busca por justiça, reparação e um futuro mais justo e igualitário.
Fonte: @ Agencia Brasil
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