Até 2050, maior prevalência de alergias é prevista devido a fatores ambientais, mudanças nos padrões alimentares e influência do estilo de vida.
A busca por consultas médicas ambulatoriais com especialistas em alergias e imunologia aumentou consideravelmente no Brasil nos últimos anos. De acordo com um levantamento do IESS, entre 2019 e 2022, houve um crescimento significativo de 42,1% na procura por esses profissionais. Esse aumento foi observado em números absolutos, com um salto de 2,1 milhões para 3 milhões de consultas médicas no período analisado.
É importante ressaltar que as doenças alérgicas têm sido cada vez mais frequentes, o que pode estar contribuindo para a elevação na busca por atendimento especializado. Além disso, a pandemia de covid-19 também pode ter influenciado essa tendência, uma vez que a infecção pelo coronavírus pode impactar o sistema imunológico das pessoas. A conscientização sobre a importância do acompanhamento médico adequado diante de alergias e outras doenças alérgicas tem se mostrado fundamental nesse cenário.
Aumento de Consultas Médicas Ambulatoriais devido às Alergias e Doenças Alérgicas
Durante o período de isolamento, uma situação propícia às alergias se desenvolveu, em parte devido ao excesso de produtos de limpeza utilizados na tentativa de evitar a propagação do vírus, conforme avaliação de Cechin. Esse cenário foi agravado pela maior quantidade de profissionais da área e acesso à informações, que explicam o aumento nas consultas médicas ambulatoriais.
Ao abordar o tema das alergias, Cechin destaca a crescente conscientização das pessoas em relação aos diversos tipos de alergias, sejam elas alimentares, respiratórias ou sazonais, além das questões autoimunes. Ele ressalta também a importância de considerar fatores ambientais e mudanças nos padrões alimentares como determinantes para a maior prevalência das doenças alérgicas.
Os especialistas alertam que o aumento nas consultas com médicos alergistas e imunologistas não é exclusivamente atribuído à pandemia de covid-19. Doenças alérgicas como a rinite, que se manifesta por sequências de espirros, estão entre as mais prevalentes no Brasil. Pesquisadores observam um crescimento na incidência dessas doenças e estimam que até 2050, metade da população global terá alguma forma de alergia.
O Atlas Global de Alergia da EAACI divulgou em 2022 essa projeção preocupante, apontando as alterações climáticas e a poluição como fatores que contribuem para a prevalência das alergias. Estudos evidenciam a relação direta entre a poluição atmosférica, a urbanização e o aumento de casos de doenças respiratórias em todo o mundo, sublinhando a exposição da população a uma carga significativa de poluentes externos e internos.
A Dra. Fátima Rodrigues Fernandes, pediatra e alergista, destaca a falta de contato com a biodiversidade como um fator que pode resultar em respostas imunitárias deficientes na população urbana. Ela aponta que a transição do estilo de vida da área rural para as cidades, juntamente com a globalização e a mudança na dieta alimentar são aspectos que contribuem para o aumento das alergias. A urbanização e a industrialização levaram a uma dieta mais processada e rica em aditivos, afetando a tolerância imunológica e aumentando a incidência de alergias.
Fonte: @ Estadão
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