Anomalias no Pacífico equatorial enfraquecem, indicando transição do El Niño para La Niña de forma rápida, de acordo com agências de clima.
Os impactos do clima global são frequentemente associados aos fenômenos climáticos como El Niño e La Niña, que afetam diretamente as condições atmosféricas do planeta, podendo trazer consequências significativas para diferentes regiões. Quando ocorre o Niño, as temperaturas superficiais do Oceano Pacífico central e leste se elevam, resultando em mudanças nas padrões de circulação atmosférica.
As mudanças repentinas nos fenômenos climáticos podem gerar eventos extremos, como secas prolongadas ou chuvas intensas, que impactam na agricultura, na disponibilidade de água e no bem-estar das populações. Por isso, é essencial monitorar de perto o comportamento do Niño/Niña e buscar compreender melhor suas influências sobre o clima global, a fim de adotar medidas de prevenção e adaptação às possíveis consequências desses eventos.
O fenômeno do Oceano Pacífico e suas variações
O El Niño é um fenômeno meteorológico natural, que corresponde ao aquecimento acima da média histórica de grande parte do Pacífico equatorial. Ele aparece com uma periodicidade de entre dois e sete anos, com duração de nove a 12 meses. O La Niña, por sua vez, possui características opostas. Manifesta-se por um esfriamento anormal nas águas superficiais do oceano.
Por isso, alguns dos impactos tendem a ser diferentes, mas nem sempre uma região afetada pelo Niño/Niña apresenta mudanças significativas no tempo e no clima devido ao La Niña. Niño/Niña são partes de um mesmo fenômeno, denominado Enos (Niño/Niña Oscilação Sul; ou Enso, na sigla em inglês).
A mudança na temperatura do oceano Pacífico acarreta efeitos ao redor do mundo na temperatura e precipitação. No Brasil, por exemplo, o La Niña tende a causar aumento no volume de chuvas nas regiões Norte e Nordeste. Já no Sul, a tendência é de mais seca e calor, enquanto, no Centro-Oeste e no Sudeste, os impactos oscilam.
A influência dos fenômenos climáticos na América do Sul
Conforme o boletim mais recente da Noaa, a transição do El Niño para o chamado neutro Enos (nem La Niña, nem El Niño) ocorrerá entre abril e junho, com 83% de chance. O fenômeno La Niña tem chances crescentes de 62% de se desenvolver entre junho e agosto.
De acordo com a plataforma da Metsul Meteorologia, que analisa os dados da Noaa, a anomalia de temperatura da superfície do mar na chamada região ‘Niño 3.4’ (Pacifico Equatorial Centro-Leste) estava em 1°C, o que aponta a presença do El Niño no limite de fraco a moderado. Essa é a região designada oficialmente para se verificar se há El Niño ou La Niña.
Ainda segundo a plataforma, outra região acompanhada com muita atenção é o Pacífico Equatorial Leste, nos litorais do Peru e do Equador, conhecida na climatologia como ‘Niño 1+2’. Nesta parte do oceano, a temperatura do mar já está mais fria do que a média: -0,4°C.
Previsões e probabilidades para o fenômeno do Niño/Niña
‘Isso, na prática, é um indicativo de que águas mais frias das profundezas do Pacífico começaram a emergir na superfície, por meio de um fenômeno chamado de ressurgência, dando início ao processo que deve levar a um evento de La Niña’, avaliou o Metsul.
Os meteorologistas enfatizaram que esse resfriamento incipiente no Pacífico Leste ainda não é o começo do La Niña, mas recém o início de um complexo processo de mudanças no oceano e na atmosfera que deve levar a um evento do fenômeno mais tarde neste ano. Para o trimestre de maio a julho, as probabilidades são de 3% de El Niño, 65% de neutralidade e 32% de La Niña.
Para o trimestre de inverno de junho a agosto, 1% de probabilidade de El Niño, 37% de neutralidade e 63% de La Niña. No trimestre de julho a setembro, 1% de El Niño, 24% de neutralidade e 75% de La Niña. Já no trimestre de agosto a outubro, 1% de El Niño, 17% de neutralidade e 82% de La Niña.
No trimestre de primavera, por fim, entre setembro e novembro, 1% de El Niño, 14% de neutro e 85% de La Niña.
Fonte: © TNH1
Comentários sobre este artigo