Cometa do Grupo Kreutz apresenta evolução lenta em brilho ao se aproximar do Sol, um mau sinal, segundo a Rede de Astronomia e Sistema de Alerta do Banco de Dados de objetos celestes.
Um objeto celeste foi identificado e reportado ao Minor Planet Center (MPC) no fim do mês passado como um possível cometa. A descoberta gerou grande expectativa entre os astrônomos, que estão ansiosos para confirmar se o objeto é de fato um cometa.
A confirmação da existência do cometa pode ser um evento histórico, considerando que o último cometa rasante visto na Terra foi o Cometa do Século, que passou pelo nosso planeta em 1997. Se confirmado, o novo cometa pode ser um espetáculo celestial impressionante, com sua cauda brilhante e sua trajetória única. A espera é grande para saber se esse objeto será um novo cometa que iluminará o céu noturno.
O Cometa que Prometia Ser o Mais Brilhante do Século
Estimativas iniciais sugeriam que o Cometa ATLAS (C/2024 S1) poderia se tornar o mais brilhante do século, mas agora é provável que isso não aconteça, pois ele parece estar se desintegrando. Segundo a Rede de Astronomia Observacional (REA), a órbita preliminar indicava que o objeto, inicialmente denominado ‘A11bP7I’, seria um Cometa rasante do grupo Kreutz, conhecido como ‘arranhassol’. Essa classificação se refere a Cometas que passam muito próximos do Sol, com a possibilidade de se tornarem brilhantes o suficiente para serem vistos a olho nu.
O Cometa ATLAS (C/2024 S1) foi fotografado em 28 de setembro de 2024, um dia após ter sido descoberto. Crédito: Filipp Romanov via Spaceweather.com
A Descoberta e a Classificação do Cometa
Logo após a descoberta do corpo celeste pelo Sistema de Alerta de Impacto de Asteroides (ATLAS), da NASA, observações seguintes puderam confirmar que esse objeto muito fraco, de magnitude 15 (quase quatro mil vezes mais fraco do que a estrela mais fraca que pode ser percebida pelo olho humano), era de fato um Cometa rasante Kreutz. Com essa confirmação, ele ganhou uma nomenclatura definitiva: ATLAS (C/2024 S1). De acordo com a plataforma de observação espacial EarthSky.org, as previsões iniciais diziam que ele poderia atingir uma magnitude de -5 a -9.1 ao chegar mais perto do Sol, se tornando mais luminoso que o planeta mais brilhante, Vênus, e sendo visível até mesmo no céu diurno.
O Cometa do Século?
Nesse cenário, ele poderia tirar do Cometa McNaught, que passou em 2007, com magnitude de -5.5, o título de ‘Cometa do Século’. Outro que parece ainda estar no páreo é o C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS), do qual o Olhar Digital tem falado com frequência. No entanto, as últimas capturas do Banco de Dados de Observação de Cometas (COBS) apontam que esse Cometa tem demonstrado uma evolução muito lenta em seu brilho enquanto se aproxima do Sol. As análises indicam que a magnitude do objeto atualmente é de apenas 12 ou 13, o que representa um brilho ainda bastante fraco.
A Desintegração do Cometa
Alguns observadores propuseram que ele teria enfraquecido ligeiramente nos últimos dias porque seu núcleo pode ter se dividido em dois fragmentos. Essa separação foi aparentemente confirmada na quarta-feira (9) pelo The Astronomer’s Telegram. O Cometa ATLAS (C/2024 S1) capturado em 29 de setembro, aparecendo como uma penugem nesta imagem em preto sobre branco, e as estrelas como listras pretas. Crédito: Andrea Aletti e Luca Buzzi (Observatório do Sul de Schiaparelli)
Expectativas Frustradas
Em um grupo dedicado à observação de Cometas no Facebook, John E. Bortle, um renomado astrônomo amador norte-americano, que já estudou mais de 300 Cometas ao longo da vida, revelou que não vê um bom futuro para o objeto. ‘Este último Cometa da família Kreutz não tem chance real de se tornar o Cometa do Século’, disse ele.
Fonte: @Olhar Digital
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