Busca perfeita: deixa menos feliz, aumenta ansiedade. Considere abordagens satisfeitas, abundância opções e informações, analises precisas e cabeça clara, escolhas pequenas e grandes, tempo especial.
Estou acompanhando Penny, minha filha de 3 anos, até a creche. Ela me faz uma pergunta, mas estou um pouco distraída, ponderando se, após deixá-la, devo testar uma bebida nova no Starbucks ou manter meu favorito, café com leite de soja. Às vezes, fazer decisões suficientemente boas pode ser desafiador, especialmente quando há tantas opções tentadoras ao nosso redor.
Enquanto caminhamos em direção à escolinha, Penny me olha com seus olhos curiosos e diz que está com fome. Decido parar em uma padaria próxima para comprar um lanche rápido, garantindo que ela tenha decisões boas suficiente para o seu dia. A vida está cheia de pequenas escolhas que moldam nossas experiências diárias, e encontrar um equilíbrio entre o novo e o familiar pode ser a chave para fazer decisões suficientemente boas em meio a todas as possibilidades que se apresentam.
Abordagens satisfatórias para tomada de decisões suficientemente boas
Aí recordo da conversa que tive com meu esposo na noite anterior: matricular as crianças na escola pública ou particular? ‘Podemos ter um tempo especial, mamãe-e-Penny, quando você me buscar na escola?’, ela repete, mencionando os momentos únicos que compartilhamos, sem a presença da irmã mais nova.
Se minha mente não estivesse tão cheia de preocupações, talvez tivesse ouvido seu doce pedido desde a primeira vez. Diariamente, somos confrontados com uma abundância de opções e informações. Algumas escolhas são pequenas, como o café da manhã, enquanto outras são significativas, como a escolha da escola para as filhas.
Com tantas opções disponíveis, seria de se esperar que as decisões mais acertadas resultassem de análises minuciosas e detalhadas, não é mesmo? No entanto, décadas de estudos em psicologia sugerem o contrário. Na verdade, as pessoas que fazem decisões ‘boas o suficiente’ em vez de buscarem a perfeição muitas vezes são mais felizes.
Estima-se que os adultos nos Estados Unidos tomem milhares de decisões diariamente. Em um mundo repleto de opções e informações quase ilimitadas, é impossível para os humanos dedicarem tempo e recursos cognitivos para tomar a decisão perfeita em cada situação.
Valerie Reyna, professora da Universidade Cornell, afirma: ‘A mente humana simplesmente não tem capacidade suficiente para lidar com tudo isso’. Quando se trata de tomar decisões, as pessoas geralmente optam por duas abordagens: maximização ou satisfação satisfatória, termo introduzido por Herbert Simon.
Os maximizadores buscam a melhor decisão possível, enquanto os satisficistas contentam-se com uma decisão ‘boa o suficiente’. Mas o que significa ser ‘bom o suficiente’? Decisões suficientemente boas não são aleatórias, mas alcançam um equilíbrio crucial.
Decisões ruins e impulsivas tendem a ser tomadas precipitadamente ou baseadas em emoções. Por outro lado, as decisões maximizadas frequentemente levam a arrependimentos, pois demandam muito tempo e esforço. Decisões suficientemente boas são ponderadas.
Assim que algo atende às suas necessidades, é considerado bom o suficiente e a escolha é feita. Por exemplo, maximizadores podem passar horas pesquisando o fone de ouvido ideal, enquanto satisficistas optam por comprar assim que encontram um modelo que atende às suas necessidades. Em um mundo com uma variedade de opções e informações, a busca por decisões suficientemente boas pode levar a uma maior satisfação e felicidade.
Fonte: @ Estadão
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