Fiocruz amplia capacidade contra arboviruses com nova biofábrica em Oswaldo Cruz. Produzirá Wolbachia para combatentes bactérias e microrganismos. Expansão em municípios de Minas Gerais. Laboratório de Wolbitos em produção. Plano: fortalecer plataforma tecnológica da Fiocruz.
O Ministério da Saúde e o governo de Minas Gerais inauguraram hoje, em Belo Horizonte, a Fábrica de Biotecnologia Wolbachia. A unidade, gerida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vai impulsionar a capacidade do Brasil de produzir o método Wolbachia no combate eficaz contra a dengue e outras arboviroses.
A inovação da tecnologia Wolbachia contribuirá significativamente para a prevenção e controle das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. A Biofábrica Wolbachia representa um avanço fundamental na estratégia nacional de combate ao vetor, fortalecendo a segurança da população. Esta iniciativa é essencial para a saúde pública brasileira e merece destaque em todas as esferas da sociedade.
Expansão do método Wolbachia para os municípios de Minas Gerais
A Wolbachia, uma bactéria presente em cerca de 60% dos insetos na natureza, tem sido alvo de estudos pela sua capacidade de bloquear a transmissão de doenças como dengue, zika e chikungunya. O método Wolbachia consiste em infectar o Aedes aegypti com essa bactéria em laboratório, criando assim mosquitos portadores do microrganismo. Esses mosquitos, conhecidos como Wolbitos, quando se reproduzem, passam a Wolbachia para sua prole, diminuindo a capacidade de transmissão das doenças.
A Biofábrica de Wolbachia, em parceria com a Fiocruz e o Ministério da Saúde, tem como objetivo expandir a tecnologia Wolbachia para os municípios de Minas Gerais. Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, ressalta a importância desse plano de expansão, não só para os 22 municípios da bacia de Brumadinho, mas para todas as regiões de Minas Gerais, posteriormente abrangendo todo o Brasil e a região das Américas.
Plano de expansão e impacto da tecnologia Wolbachia
O Plano de Expansão do método Wolbachia, liderado pelo Ministério da Saúde, visa estabelecer biofábricas em diferentes estados do Brasil, seguindo o exemplo da já existente no Rio de Janeiro. A ideia é criar uma rede de produção desse mosquito modificado, com novas unidades previstas para cidades como Ceará e Paraná. Dessa forma, pretende-se substituir a população de mosquitos sem Wolbachia por aqueles que carregam a bactéria, ajudando a diminuir a propagação de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.
Resultados e expansão do método Wolbachia em Niterói
Em Niterói, a experiência pioneira com o método Wolbachia trouxe resultados significativos. Com 100% do território coberto pelo projeto, a cidade viu uma redução de aproximadamente 70% nos casos de dengue, 60% de chikungunya e 40% de zika nas áreas tratadas. Esses resultados mostram que a tecnologia Wolbachia pode ser uma estratégia eficaz para controlar doenças transmitidas por mosquitos.
Os números refletem a eficácia do método: em 2015, antes da implementação, foram registrados 158 casos de dengue em Niterói. Nos anos seguintes, houve uma queda progressiva nesses números, com apenas 55 casos confirmados em 2023. Esses dados evidenciam os benefícios de longo prazo do método Wolbachia para a saúde pública.
Expansão do método Wolbachia para novas cidades no Brasil
Além de Niterói, outras cidades brasileiras estão adotando o método Wolbachia como parte do Programa Mundial de Mosquitos. Localidades como Campo Grande, Petrolina, Belo Horizonte e Rio de Janeiro já estão incluídas na pesquisa. Ainda neste ano, a tecnologia deve ser implementada em mais seis cidades, como Natal, Uberlândia, Presidente Prudente, Londrina, Foz do Iguaçu e Joinville.
Apesar dos resultados promissores em algumas cidades, como Niterói, é importante ressaltar que o método Wolbachia não é uma solução isolada e precisa ser combinado com outras medidas de controle de vetores. A experiência recente no Rio de Janeiro, que declarou estado de emergência devido ao aumento de casos de dengue, destaca a importância de abordagens integradas no combate às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.
Fonte: @ Agencia Brasil
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