Americana executou movimento de grau de complexidade só na ginástica masculina, com nota de partida de 15.766, repetirá na final do salto em Paris.
Simone Biles realizou um salto incrível na Bercy Arena, em Paris, ao voar de costas para a mesa e iniciar sua jornada em busca do ouro no individual geral com o movimento exclusivo que só ela domina: o Yurchenko Double Pike, também chamado de Biles II. A manobra foi oficialmente reconhecida no Mundial da Antuérpia de 2023, quando Simone a executou pela primeira vez, destacando-se pela extrema complexidade do salto. É impressionante como somente ela consegue executar esse movimento com tamanha maestria.
Além do salto espetacular de Simone Biles, seu controle de movimento durante a execução do Yurchenko Double Pike é verdadeiramente impressionante. A combinação de força, técnica e precisão em cada detalhe do movimento demonstra a excelência e dedicação da atleta em sua busca pela perfeição. É admirável como Simone consegue elevar seu desempenho a patamares tão elevados, superando desafios e inspirando a todos com sua habilidade única.
Explorando a Complexidade do Salto na Ginástica
E deve repetir na final por aparelos do salto, neste sábado (3), às 11h20. Mas por que o salto da americana é tão difícil em relação aos de Rebeca Andrade e os de outras rivais? – Esse movimento que a Simone faz é um salto de alto risco. Se ela entra mal, ela pode até morrer – diz o ex-ginasta, medalhista olímpico e comentarista Diego Hypólito.
No Yurchenko Double Pike, a ginasta começa com uma rondada, dá uma volta completa com apoio do trampolim e entra de costas na mesa de salto. Dali, parte para o voo, um duplo mortal carpado, que pode ser 90 graus ou pode ser um pouco menos.
Diego Hypólito faz um comparativo com a ginástica masculina para explicar o grau de dificuldade: a mesa de salto feminina é mais baixa, aumentando o nível de força necessária para a impulsão. No masculino, a mesa tem 1,35m de altura, 10 cm a mais do que no feminino. – É um salto que é difícil de homens fazerem, e a mesa feminina tem altura menor, é de 1,25m. Ela entra com braços tão fortes, tão duros, que consegue se empurrar para fazer um duplo mortal na posição carpada – explica.
A chamada nota de partida – que é a nota máxima possível de ser tirada – é de 16.400, muito acima dos demais. Isso porque o Biles II tem 6.400 de nota de dificuldade, contra 5.600, por exemplo, do Cheng, o outro salto que Simone costuma fazer e que Rebeca Andrade domina como poucas. A nota de execução é 10.000 para todos, e os juízes vão descontando as falhas na execução. Na final do individual geral de Paris, Simone Biles tirou 15.766 dos 16.400 possíveis no seu salto-assinatura.
Esse movimento que a Simone faz é de alto risco. Se ela entra mal, pode até morrer. É muito grave, pode ficar tetraplégica, de uma dificuldade muito grande.
Não à toa, as acrobacias nomeadas por Biles são tão complexas que somente ela consegue executá-las. – Por isso que quando a gente olha, esteticamente, às vezes, a ginástica por ser muito criteriosa, você não tem a dimensão da dificuldade. Os juízes têm que ser neutros, olhar pela nota de partida, eles olham criteriosos. Saiu do eixo aqui, e isso forma a nota final da atleta – finaliza Hypólito.
A História do Salto de Alto Risco de Simone Biles
O Biles II estreou em maio de 2021, mas em uma disputa americana, e Biles precisava acertá-lo em uma competição internacional para homologá-lo. O plano era para as Olimpíadas de Tóquio, mas a…
Fonte: © GE – Globo Esportes
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