Investidores profissionais examinam o agro atentamente; ainda há emissões dependendo da empresa, com mais oferta do que demanda.
Os abalos no setor do agronegócio têm gerado preocupações com os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs). A inadimplência em alguns CRAs impactou diretamente o mercado, levando a uma busca maior por diversificação de investimentos e alternativas mais seguras. Alguns investidores estão em busca de ativos menos voláteis, mesmo que isso signifique uma redução nos retornos potenciais.
Em meio a cenários desafiadores, é importante analisar com cautela os Certificados de Recebíveis do Agronegócio oferecidos no mercado. A diversificação de ativos pode ser uma estratégia inteligente para mitigar riscos e proteger o capital investido. Além disso, é essencial buscar por CRAs que estejam lastreados em projetos sólidos e bem estruturados, buscando assim maior segurança e rentabilidade a longo prazo. Certificados de Recebíveis do Agronegócio continuam sendo uma opção atraente para investidores em busca de oportunidades no mercado financeiro.
Cenário de CRAs: Nichos Afetados e Mais Oferta do que Demanda
A situação atual, em que há mais oferta do que demanda, concentra-se principalmente no segmento dos produtores de grãos e revendas, que são os nichos mais impactados dentro do agronegócio. Essa análise é compartilhada por Filipe Abdalla, sócio da Capital Solutions, especialista em dívidas na igc Partners. De acordo com Abdalla, empresas de todos os setores têm buscado a Capital Solutions para desenvolver propostas, mas a prioridade tem sido dada aos casos com maior procura por parte de investidores profissionais, que investem quantias superiores a R$ 10 milhões e são o alvo das emissões na empresa.
O Potencial dos Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs)
Apesar da discrepância entre oferta e demanda em alguns setores específicos, Filipe Abdalla acredita que os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e CRAs podem se tornar ainda mais relevantes para viabilizar crédito de longo prazo para empresas de capital fechado. Isso se torna ainda mais evidente após as restrições impostas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em relação às emissões.
A Capital Solutions registrou operações no valor de R$ 500 milhões em CRIs e CRAs desde o início do ano até o começo de abril, e planeja realizar entre 20 e 30 emissões de crédito ao longo do ano. Abdalla destaca que esse segmento é uma área de crescimento para a empresa, com potencial para superar o desempenho do mercado em geral.
Novas Regras do CMN e seu Impacto nas Emissões
As novas diretrizes do CMN proíbem a emissão de títulos entre partes relacionadas não diretamente ligadas ao agronegócio e mercado imobiliário, bem como o reembolso de despesas para essas dívidas. Abdalla aponta que as restrições foram menos severas para empresas de capital fechado em comparação com as listadas em bolsa.
Uma mudança significativa envolve a não permissão de CRIs com receitas ou despesas passadas relacionadas, sendo necessário focar em gastos futuros. Essa restrição foi mais branda com as empresas de capital fechado, que, por sua vez, encontram nas emissões de CRIs e CRAs uma alternativa atrativa devido à falta de liquidez para debêntures.
No contexto atual, as empresas de capital fechado se beneficiam da presença de fundos especializados na aquisição de CRIs e CRAs, fornecendo assim a liquidez necessária ao mercado. A estratégia de emitir títulos ligados ao futuro, não ao passado, é vista como uma abordagem mais favorável para esse segmento específico do mercado de capitais.
Fonte: @ Info Money
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