Roberta de Lima, Macuxi, se beneficiou do ensino superior com boa escolha de cursos, aplicação de atividades presenciais e suporte técnico pedagógico. Agora, demanda por mais oportunidades.
Aos 23 anos, o estudante Gabriel optou por iniciar uma pós-graduação em ensino a distância, buscando mais flexibilidade para conciliar os estudos com o trabalho. Ele destaca a importância de poder assistir às aulas no horário que melhor se adequa à sua rotina, sem a necessidade de se locomover até uma instituição física. Além disso, ressalta a qualidade do ensino a distância, com professores especializados e materiais didáticos bem estruturados.
Já Fernanda, aos 30 anos, está considerando iniciar um curso de ensino online na área de marketing digital. Ela enxerga no aprendizado remoto a oportunidade de adquirir novos conhecimentos sem precisar abrir mão de seus compromissos profissionais e pessoais. Para ela, a praticidade do ensino a distância é um diferencial que torna a busca por capacitação mais acessível e conveniente.
Experiência de Roberta com o Ensino a Distância na UniCesumar
Não há universidades nos arredores de sua comunidade, no interior de Roraima. ‘Não tinha condições de vir para a capital’, explica ela, justificando sua decisão de se matricular na UniCesumar, instituição vinculada à mantenedora Vitru Educação. A situação mudou e hoje, se aproximando da conclusão do curso, ela vive em Boa Vista.
Roberta conta que o ensino superior lhe abriu portas e atualmente faz estágio no polo de ensino a distância da própria UniCesumar, o que lhe garante renda. O polo de ensino a distância nada mais é do que um centro de apoio, devidamente credenciado pelo Ministério da Educação (MEC), onde é oferecido suporte aos estudantes desses cursos.
Ali podem ocorrer algumas aulas, ocorridas de forma pontual, e também atividades avaliativas, cuja aplicação presencial é obrigatória. Além disso, no polo, é realizado atendimento técnico e pedagógico. Segundo Roberta, o estágio é o primeiro passo e ela sonha com um emprego de carteira assinada. Futuramente quer abrir o próprio negócio.
Antes de estudar, eu já tinha meu próprio negócio, que era o artesanato. Também trabalhava em agricultura. Pra mim, entrar no curso foi muito bom. Abriu a minha mente e também melhorou a questão financeira, consegui o estágio. O ensino a distância é um meio de levar mais conhecimento para a minha comunidade, para o meu povo. E para os outros povos também.
Acho que falta mais infraestrutura para atender a comunidade. Mais computadores, mais livros e mais cursos, na verdade, porque muitos deles ainda não chegaram aqui, cobra ela. A demanda por mais cursos é atestada pelos números.
De acordo com dados do Censo da Educação Superior 2022, divulgado no ano passado pelo MEC, o crescimento da modalidade a distância no Brasil é impressionante, o que vem garantindo também aumento do número de estudantes de graduação no país. Simultaneamente, essa expansão tem gerado preocupações acerca da qualidade do ensino. Em uma década, o número de cursos saltou mais de 700% chegando a 9.186.
O total de estudantes ingressantes por ano saiu de 1.113.850 em 2012 para 4.330.934 em 2022, um salto de 288%. Considerando os dados de 2022, 95,7% das novas matrículas ocorreram em cursos ministrados por instituições privadas. A quantidade de matrículas no ensino superior realizada por alunos autodeclarados indígenas também disparou ao longo da última década.
Um levantamento do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior do Brasil (Semesp), realizado esmiuçando os microdados do Censo da Educação Superior 2021, indicou que houve uma evolução de 374% ao longo de uma década, entre 2011 e 2021. O avanço, no entanto, foi impulsionado sobretudo pelas matrículas em cursos presenciais.
Ainda assim, nesse período, entre o contingente dos indígenas que concluíram o curso e pegaram o diploma, 19,8% foram na modalidade a distância. É possível que esse percentual ainda cresça bastante nos próximos anos com as novas possibilidades da tecnologia moderna.
Fonte: @ Agencia Brasil
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