Há desfechos piores em câncer de colo de útero, mama e sarcoma de Kaposi na população negra; inequidades na mesa do Congresso Internacional.
Estudos demonstram que, apesar dos avanços na área da saúde, a incidência de câncer continua a crescer em todo o mundo. A conscientização sobre a importância da prevenção e detecção precoce da doença é fundamental para reduzir a mortalidade relacionada ao câncer. A falta de acesso ao tratamento a exames de rastreamento e tratamentos adequados pode agravar o cenário, especialmente em comunidades vulneráveis.
Para combater os tumores malignos e outras formas de neoplasias, é essencial promover políticas públicas de saúde que garantam um atendimento igualitário a todos os pacientes. A luta contra essa doença maligna requer um esforço conjunto da sociedade e dos profissionais de saúde, visando melhorar os índices de diagnóstico precoce e a qualidade do tratamento oferecido aos pacientes. Juntos, podemos fazer a diferença na batalha contra o câncer.
A câncer e as disparidades no atendimento médico
Uma mesa do IX Congresso Internacional de Oncologia D’Or, que ocorreu no Rio de Janeiro nos dias 12 e 13 de abril, destacou as discrepâncias no tratamento de diferentes grupos raciais, chamando a atenção para as lacunas existentes. A oncologista Ana Amélia de Almeida Viana, renomada especialista da Bahia, ressaltou como a inequidade social impacta diretamente nos desfechos dos pacientes, especialmente em relação aos tumores malignos.
Ana Amélia enfatizou que, apesar dos avanços na medicina, ainda existem desafios significativos no acesso ao tratamento do câncer para a população negra. Ela apresentou estudos que evidenciam como fatores sociais, como falta de acesso a condições básicas de vida, contribuem para resultados piores de saúde entre os pacientes negros.
A oncologista ressaltou que as neoplasias não afetam de maneira igualitária a todos os grupos étnicos, e que as disparidades no atendimento também são claramente observadas. Pacientes negros tendem a receber menos cuidados paliativos e doses menos efetivas de medicamentos, o que pode resultar em desfechos mais desfavoráveis.
Em sua apresentação, Ana Amélia destacou um estudo que revela que o risco de morte por câncer de colo de útero é 27% maior para mulheres negras no Brasil. Além disso, mencionou a menor sobrevida de mulheres negras com câncer de mama em comparação com as brancas. São exemplos concretos que evidenciam as diferenças no acesso aos cuidados oncológicos.
A oncologista também abordou casos emblemáticos de racismo no atendimento de pacientes com câncer. Um episódio em que uma paciente negra com câncer de mama foi negligenciada em um hospital particular evidencia como preconceitos implícitos podem interferir no tratamento adequado. Para ela, seguir protocolos e promover um ambiente de respeito são fundamentais para mitigar tais situações.
Diante dessas questões complexas que envolvem a equidade no tratamento do câncer, Ana Amélia destaca a importância de uma abordagem mais sensível às diferenças raciais na prática médica. A conscientização e a implementação de políticas de saúde mais inclusivas são passos essenciais para reduzir as disparidades e promover um atendimento oncológico mais justo e eficaz para todos.
Fonte: @ Metropoles
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