Associação de Alzheimer dos EUA publica novos critérios para diagnosticar a doença, mas especialistas alertam sobre riscos financeiros e conflitos de interesse.
Com outro tratamento caro para o Alzheimer aguardando uma decisão de aprovação em breve, a Associação de Alzheimer, uma organização sem fins lucrativos, publicou a versão final de seus novos critérios diagnósticos para a doença. Pela primeira vez, os critérios pedem que os médicos que diagnosticam o Alzheimer se baseiem em biomarcadores — pedaços de beta-amiloide e proteínas tau detectados por testes laboratoriais ou em exames de imagem do cérebro — em vez de testes de memória e raciocínio feitos com papel e caneta.
Agora, mais do que nunca, a pesquisa em busca de tratamentos eficazes para a doença de Alzheimer é crucial. Com a aprovação de novos critérios diagnósticos, a esperança é que avanços significativos sejam feitos no entendimento e no tratamento do Alzheimer. A comunidade médica e científica está unida na luta contra o Alzheimer, buscando maneiras de melhorar a qualidade de vida dos pacientes e suas famílias.
Novas descobertas sobre a doença de Alzheimer
A pesquisa recente revela que sinais de Alzheimer podem desaparecer de exames de pacientes, levantando questões sobre a detecção precoce da doença. Genes relacionados ao risco de Alzheimer podem ser herdados, conforme um estudo aponta. Além disso, a saúde dos olhos pode fornecer pistas sobre o risco de Alzheimer com mais de uma década de antecedência.
A ideia por trás dessas descobertas é identificar a condição em estágios iniciais e tratáveis, antes mesmo dos sintomas se manifestarem. No entanto, isso levanta a possibilidade de diagnósticos baseados apenas em exames de sangue, mesmo em pacientes sem dificuldades de memória. Os pesquisadores defendem que a biologia deve ser priorizada no diagnóstico, em vez dos sintomas.
Críticas surgiram em relação aos critérios de diagnóstico, especialmente de especialistas externos e grupos de vigilância da indústria farmacêutica. Eles apontam que a presença de proteínas beta-amiloide no cérebro e no sangue não garante o desenvolvimento de sintomas de demência. Além disso, questionam a eficácia e segurança de administrar medicamentos caros antes do surgimento dos sintomas.
Em estudos clínicos, novos medicamentos que visam os pedaços de beta-amiloide mostraram benefícios modestos. Os beta-amiloides e a proteína tau são considerados características marcantes da doença de Alzheimer, formando placas e emaranhados que afetam a comunicação entre células nervosas. Ainda há debates sobre o papel do beta-amiloide na doença, com algumas teorias sugerindo que as placas são uma consequência, não a causa.
Recentemente, o anticorpo lecanemab, aprovado pela FDA em 2023, demonstrou retardar o declínio cognitivo em pacientes nos estágios iniciais da doença. Outro medicamento experimental, donanemab, também mostrou promessa ao retardar a progressão da doença. Especialistas recomendaram a aprovação do donanemab para Alzheimer, embora os medicamentos possam apresentar riscos, como acúmulo de fluidos e micro-hemorragias no cérebro.
A pesquisa destaca a importância de compreender os biomarcadores da doença de Alzheimer para desenvolver tratamentos eficazes. Enquanto avanços são feitos no desenvolvimento de medicamentos, a administração de tratamentos caros antes do surgimento de sintomas ainda é motivo de debate. Estudos continuam a explorar a relação entre os biomarcadores, sintomas e progressão da condição, visando melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Fonte: © CNN Brasil
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