A produção independente “Acordo dos Grandes Inimigos” será exibida neste domingo no Cine Reag Belas Artes em SP, contando a história dos principais inimigos no distrito de Floresta, nome dado aos principais de Lampião, bandido brasileiro.
Lampião, o temido Rei do Cangaço, Virgulino Ferreira da Silva, que viveu de 1898 a 1938, tornou-se uma lenda do sertão nordestino. Conhecido por sua coragem e ousadia, Lampião desafiava as autoridades com seu bando de cangaceiros, espalhando terror e fascínio por onde passava. O documentário independente Acordo com Lampião? Só na boca do fuzil!, sob a direção de Marcelo Felipe Sampaio, traz à tona a saga desse personagem icônico, expondo seu lado mais sombrio e humano.
Nas terras áridas do Nordeste brasileiro, Lampião e seus cangaceiros eram temidos e respeitados, conquistando um lugar na história como facínoras impiedosos. A narrativa do documentário revela as nuances da vida de Lampião, explorando os motivos que o levaram a se tornar um dos mais famosos líderes cangaceiros do Brasil. A história de Lampião continua a fascinar gerações, mostrando que o mito do cangaço permanece vivo mesmo após décadas de sua morte.
A produção independente
O documentário, um trabalho inspirado no livro ‘Os homens que mataram o facínora – a história dos grandes inimigos de Lampião’ (Realejo, 2021), é fruto da mente criativa do jornalista, historiador e agora roteirista do filme Moacir Assunção. Os nazarenos, assim chamados os moradores da Vila de Nazaré do Pico, distrito de Floresta, no sertão pernambucano, eram principalmente agricultores desarmados que se tornaram adversários dos cangaceiros liderados por Lampião.
Lampião, uma figura central, foi descrito por Assunção como o responsável por estabelecer o crime organizado no Brasil. Ele liderava grupos de cangaceiros, considerados, em certos momentos, ‘bandidos sociais’ e mais tarde reconhecidos como bandidos de fato, sem a conotação de justiça social do Robin Hood. O legado de Lampião como o principal bandido brasileiro é inegável no contexto histórico do cangaço.
Envolvimento de Lampião com os nazarenos
A inimizade entre Lampião e os nazarenos teve início devido a um incidente peculiar envolvendo o roubo de um simples chocalho em Serra Talhada, Pernambuco. O conflito, que se originou de uma briga insignificante, levou a acusações mútuas entre Lampião e Zé Saturnino, um vizinho, sobre quem teria sido o responsável pelo furto.
Após a mudança para Nazaré, a contenda persistiu, culminando na expulsão de Lampião devido às suas atitudes provocativas. Residindo em um local chamado Poço do Negro, nos arredores da cidade, Lampião entrou em desavenças com os habitantes locais, especialmente a família Ferreira, conhecida por sua firmeza e senso de justiça. Os nazarenos, sendo pessoas de caráter íntegro e leais aos seus princípios, confrontaram Lampião de forma que ele nunca havia experimentado anteriormente.
Fim do cangaço e legado de Lampião
O fim do cangaço, como forma de banditismo organizado, foi simbolizado pelas mortes de Lampião e, posteriormente, de Corisco em 1940. Conhecidos pela exibição de armas, roupas extravagantes e distintivos, os cangaceiros marcaram época. Lampião, nome que se tornou sinônimo de música, poesia e arte no Brasil, foi um personagem complexo, cujo legado polarizou opiniões.
A trajetória de Lampião, permeada por confrontos e desentendimentos, revela um capítulo fascinante na história do Brasil. Sua relação conturbada com os nazarenos ilustra a complexidade das relações no sertão nordestino da época. A figura de Lampião permanece como um ícone do cangaço e um personagem enigmático na memória coletiva do país.
Fonte: @ Agencia Brasil
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