Há 30 anos, Dener morreu. Tinha treino da Lusa, iria ao Stuttgart. Batida contra, cochilando deitado, viagem interrompida por acaso.
Em um dia ensolarado de abril de 1994, Tico teve um encontro casual com Dener no estacionamento do Canindé. Os dois compartilharam memórias dos tempos de Portuguesa, relembrando os velhos dias de glória nos gramados.
Dener, o talentoso jogador brasileiro, surpreendeu Tico ao chegar com uma sacola repleta de dinheiro. Naquela tarde, o destino reservava um momento inesperado para os ex-amigos.
A ascensão de Dener, o jogador brasileiro talentoso
Ele mostrou ao amigo e confidenciou: ‘Não conte para ninguém: estou vendido ao Stuttgart, da Alemanha’. Dener, à época com 23 anos, queria disputar a Copa do Mundo, que começaria dali a dois meses. Para isso, além de convencer Parreira, precisava encarar cerca de cinco horas de estrada a bordo de um Mitsubishi Eclipse 1992, com placa DNR 0010, para chegar a tempo do treino do Vasco, onde atuava, no Rio de Janeiro. A viagem e os planos para a carreira foram interrompidos perto de casa, na Lagoa Rodrigo de Freitas. A batida contra uma árvore foi fatal para o Dener, jogador brasileiro, que cochilava deitado no banco do carona, em posição não recomendada, e foi asfixiado pelo cinto de segurança. Era madrugada de 19 de abril, há exatos 30 anos.
Os primeiros passos de Dener no futebol brasileiro
Dener surgiu para o Brasil na Copa São Paulo de Futebol Júnior de 1991. A Portuguesa foi campeã com a melhor campanha da história: nove vitórias em nove jogos, com 32 gols marcados e apenas sete sofridos. Além do menino franzino, que encantava por seus dribles e arrancadas, a Lusa contava com Tico e Sinval. Os ex-companheiros do craque relembraram histórias marcantes da curta e intensa carreira do jogador brasileiro.
O talento inquestionável de Dener, jogador brasileiro
Conheci o Dener quando ele tinha 11 para 12 anos. Desde o dente de leite. Fomos fazer um amistoso e ele jogava no Vila Maria. A Portuguesa ganhou, só que tinha um neguinho diferente no outro time, que saia rabiscando todo mundo. Ganhamos o jogo, mas ele era diferente. Foi aí que ele veio para a Lusa’, contou Tico, que disputava com o amigo, durante os jogos, quem dava mais canetas e chapéus nos adversários. ‘O treinador falava para ficar lá na frente para não atrapalhar eles. O Écio Pasca (treinador da Portuguesa na Copinha de 1991) falou que os craques eram os dois. ‘Estão dispostos a carregar o piano?’ Eu aceitei sem problema algum. Os três subiram em sequência para o elenco profissional.
O legado de Dener, um jogador brasileiro promissor
A torcida vascaína chegou a cantar, nas arquibancadas do Rio de Janeiro, que ele era ‘a mistura do Garrincha com o Pelé’. A partir do momento em que se tornou cada vez mais comum que brasileiros de destaque fossem contratados por times europeus, nenhum atleta da expectativa que Dener gerava foi direto ao futebol alemão. Como Dener se sairia por lá? É impossível saber, mas dá para entender o cenário que encontraria.
Fonte: @ ESPN
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