País lidera ranking em abril, crescimento de 237%, Fundação Oswaldo Cruz realiza seminário sobre arboviroses com especialista.
No decorrer deste ano, foi observado um aumento significativo nos casos de dengue em países da América Latina e do Caribe, alcançando cerca de 4,6 milhões de registros. Tal crescimento expressivo, de 237% em relação ao mesmo período do ano anterior, ressalta a importância de medidas preventivas e de combate a essa doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.
A disseminação da dengue é um alerta constante sobre a necessidade de atenção a outras arboviroses. Medidas eficazes de controle do vetor são essenciais para reduzir não apenas a propagação da doença febril, mas também de outras enfermidades como a febre amarela. A prevenção e o monitoramento adequados são fundamentais para proteger a população e combater essas ameaças à saúde pública.
Dengue: uma breve análise sobre a situação da doença no Brasil e na América Latina
A análise recente da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), conduzida pelo especialista em arboviroses da organização, Carlos Melo, revelou dados alarmantes sobre o crescimento exponencial da incidência de dengue. O cenário é preocupante, especialmente considerando os casos registrados nas primeiras semanas de abril, que apresentaram um aumento significativo de 237%.
No contexto latino-americano, o Brasil se destaca como epicentro desse surto, com mais de 3,1 milhões de casos prováveis em 2024, representando 67,4% do total na região. Esses números impressionantes colocam o país no topo do ranking em termos absolutos, superando países vizinhos como Paraguai, Argentina e Peru, que não ultrapassam 200 mil casos cada.
Embora o Brasil seja reconhecido como o país mais populoso da região, a análise da incidência de dengue revela que ele ocupa a segunda posição, ficando atrás do Paraguai. Com um índice de 1.816 casos por mil habitantes, o Brasil se encontra atrás do Paraguai, que registra 2.540 casos por mil habitantes, de acordo com a Opas.
É importante ressaltar que, apesar do alto número de casos de dengue no Brasil, a taxa de incidência, segundo o Ministério da Saúde brasileiro, é de 1.529 por grupo de mil pessoas. Essa disparidade de dados se deve, em parte, à forma como as informações são coletadas e compartilhadas pelas autoridades de saúde, resultando em variações nas estatísticas apresentadas.
Em relação às mortes confirmadas por dengue em 2024, o Brasil contabilizou 1.292 casos, liderando em termos absolutos na América Latina. No entanto, ao considerar a proporção, o país figura em nona posição, com taxas menores que países como Paraguai, Guatemala e Peru.
O impacto das mudanças climáticas, especialmente o fenômeno El Niño, tem sido apontado como um dos fatores que contribuem para a propagação da dengue. O aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico tem gerado condições favoráveis para a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença.
A influência das mudanças climáticas não se restringe ao Brasil, estendendo-se a outros países da região. Países europeus e os Estados Unidos, antes considerados livres de grandes surtos de dengue, agora registram casos, demonstrando a crescente disseminação da doença em escala global. A ação do El Niño, caracterizada por ondas de calor, estiagem e temporais, oferece um ambiente propício para a reprodução do mosquito vetor.
Diante desse cenário complexo, é fundamental adotar medidas preventivas eficazes, reforçar a vigilância epidemiológica e promover a conscientização da população sobre a importância do combate ao Aedes aegypti. Somente com uma abordagem integrada e colaborativa será possível conter o avanço da dengue e outras arboviroses, preservando a saúde e o bem-estar de todos.
Fonte: @ Agencia Brasil
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