A incidência de SRAG causada por VSR em crianças < 2 anos supera a do Covid, com impacto a longo prazo na mortalidade associada.
Os dados mais recentes do boletim InfoGripe, da Fiocruz, revelam um crescimento na propagação do VSR (vírus respiratório) em território nacional. Essa infecção, conhecida por atingir principalmente as crianças, está se tornando mais frequente em todas as áreas do Brasil.
Além do VSR, outros vírus respiratórios como o vírus sincicial respiratório estão em circulação, podendo causar diversas complicações respiratórias, como a temida bronquiolite. Em meio à pandemia de Covid, é fundamental estar atento à disseminação desses agentes infecciosos e adotar medidas preventivas para evitar a propagação viral.
Impacto dos Vírus Respiratórios nas Estatísticas de Saúde
Segundo as informações do boletim epidemiológico, os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) estão apresentando um leve aumento nas últimas seis semanas, tanto em termos de tendências de longo prazo quanto de curto prazo. Essa situação levanta preocupações sobre a circulação viral e seus efeitos a longo prazo na saúde pública.
O Vírus Sincicial Respiratório (VSR) é conhecido por ser o principal agente causador da bronquiolite em bebês, uma condição respiratória comum que se espalha facilmente de pessoa para pessoa. Os sintomas clássicos incluem tosse e dificuldade em respirar, e embora na maioria das vezes os casos sejam leves, há o risco de complicações que resultam em hospitalizações.
A incidência do VSR associada à SRAG em crianças com menos de dois anos supera a do vírus Covid nessa faixa etária. No entanto, é importante destacar que, embora o Covid afete principalmente crianças e idosos, a mortalidade é mais evidente na população idosa, com mais de 65 anos.
Marcelo Gomes, pesquisador do Procc/Fiocruz e coordenador do InfoGripe, destaca que, nas últimas oito semanas epidemiológicas, os óbitos relacionados ao VSR superaram os associados ao Covid em crianças com até dois anos de idade, refletindo o cenário de circulação viral nesse período.
É preocupante notar que 18 estados brasileiros estão experimentando um aumento da síndrome por SRAG a longo prazo, incluindo Acre, Alagoas, Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.
Por outro lado, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e Sergipe estão vivenciando um crescimento específico em crianças pequenas, o que pode ser mascarado por uma redução na população adulta afetada. Essa dinâmica destaca a importância de compreender os padrões de propagação do vírus em diferentes faixas etárias.
No ano de 2024, foram notificados 29.702 casos de SRAG, dos quais 43,4% foram confirmados positivos, 38,9% negativos, e 11,4% ainda aguardam resultado laboratorial. Nas últimas quatro semanas, os vírus mais comuns entre os casos positivos incluíram o VSR (48,6%), Covid-19 (21,9%), Influenza A (18%) e Influenza B (0,3%).
Em relação às mortes associadas a vírus respiratórios, os dados revelam que a influenza A representou 25%, influenza B 0%, VSR 11,2% e Covid-19 60,6% dos casos fatais. É crucial acompanhar de perto a evolução desse cenário para implementar medidas eficazes de prevenção e controle.
Desafios Atuais e Perspectivas Futuras
O aumento nos casos de gripe em São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro nas últimas semanas ressalta a importância de monitorar e responder rapidamente às mudanças na circulação viral. Em São Paulo, por exemplo, houve um aumento significativo na positividade dos testes em apenas uma semana, evidenciando a dinâmica dos vírus respiratórios na comunidade. Este cenário reforça a necessidade de estratégias eficazes de saúde pública para lidar com as diferentes cepas virais e proteger a população vulnerável.
A análise detalhada dos dados relacionados aos vírus respiratórios, como o VSR, Covid-19 e outros agentes infecciosos, é essencial para compreender a evolução da pandemia e suas implicações a longo prazo. O aumento dos casos de SRAG em diversas regiões do país destaca a complexidade da situação e a necessidade de medidas preventivas abrangentes.
Diante desses desafios, é fundamental fortalecer a vigilância epidemiológica, promover a vacinação e adotar práticas de higiene e distanciamento social para mitigar a propagação dos vírus respiratórios. A colaboração entre instituições de saúde, pesquisadores e autoridades governamentais é essencial para enfrentar essa crise de saúde pública e proteger o bem-estar da população.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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