Restrições dos EUA à exportação de tecnologia impulsionam Xi Jinping a fortalecer a posição da China no setor de chips.
A China está ampliando seus esforços para se destacar no cenário global das tecnologias avançadas do futuro ao estabelecer seu maior fundo de investimento estatal em semicondutores, com um montante de US$ 47,5 bilhões (aproximadamente R$ 245 bilhões), conforme divulgado por uma agência governamental. Essa iniciativa surge em meio às restrições abrangentes impostas pelos Estados-Unidos à exportação de chips americanos e tecnologia de chips, visando conter as aspirações de Pequim. Com a participação de seis dos principais bancos estatais do país, incluindo o ICBC e o China Construction Bank, o fundo reflete o empenho do presidente chinês Xi Jinping em fortalecer a posição da China como uma superpotência tecnológica.
Os investimentos nesse setor estratégico evidenciam a determinação dos Estados-unidenses em manter sua liderança no mercado global de semicondutores. A competição entre China e Estados-Unidos por domínio tecnológico promete moldar o futuro das inovações em escala mundial, com repercussões significativas para a economia global. A busca por avanços nesse campo crucial reflete a constante batalha entre as potências em busca de supremacia tecnológica e econômica.
China busca liderança tecnológica global com investimentos em chips
Nos anos 90, a casa de ‘Esqueceram de Mim’ nos Estados-Unidos está à venda por R$ 27 milhões, enquanto o Google planeja um cabo submarino gigantesco para conectar continentes. Já nos anos 2000, o ICQ chega ao fim após 28 anos de história.
Com sua estratégia Made in China 2025, Pequim almeja tornar a China uma superpotência tecnológica global, destacando-se em setores como inteligência artificial, 5G e computação quântica. O Fundo de Investimento do Setor de Circuitos Integrados da China, conhecido como ‘Big Fund’, tem sido crucial nesse processo.
A terceira fase do ‘Big Fund’, estabelecida recentemente em Pequim, visa elevar a indústria de semicondutores do país aos padrões internacionais até 2030. Com investimentos direcionados à fabricação de chips, design e materiais, o objetivo é impulsionar a competitividade chinesa no mercado global de tecnologia.
No entanto, o ‘Big Fund’ enfrentou desafios, incluindo escândalos de corrupção que abalaram a confiança no setor de semicondutores chinês. A investigação de figuras-chave e a repressão ao setor representam obstáculos significativos para as ambições tecnológicas de Xi Jinping.
Além disso, as restrições de exportação impostas pelos Estados-Unidos em relação a chips avançados e equipamentos de fabricação têm impactado negativamente a China. A pressão dos EUA e de seus aliados, como Holanda e Japão, tem levado Pequim a adotar medidas de retaliação, como controles de exportação sobre matérias-primas essenciais para a produção de chips.
Apesar dos desafios, a China demonstrou avanços significativos em tecnologia, como o desenvolvimento de smartphones com chips de alta tecnologia. A Huawei surpreendeu o mercado ao apresentar um smartphone com processador de 7 nanômetros fabricado pela Semiconductor Manufacturing International Corporation (SMIC) da China.
Esses avanços tecnológicos refletem as ambições de longo prazo da China em se tornar uma líder global em tecnologia, desafiando as barreiras impostas pelos Estados-Unidos e consolidando sua posição no mercado de chips e semicondutores.
Fonte: © CNN Brasil
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