Insetos alcançaram eficiência no trajeto com baixa cafeína; planeja-se aplicar a estratégia em iscas venenosas para formigas argentinas.
Cientistas conduziram uma pesquisa com formigas oferecendo-lhes iscas contendo cafeína e notaram que aquelas que ingeriram a substância conseguiram aprender de forma mais eficiente o caminho para outras recompensas em comparação com as que não consumiram. O experimento envolveu 142 insetos e cada um deles passou por quatro testes.
No segundo parágrafo, os pesquisadores analisaram os efeitos da cafeína nas formigas ao longo do estudo e observaram um aumento significativo em sua capacidade de aprendizado. A substância pareceu estimular o sistema cognitivo dos insetos, resultando em melhor desempenho na tarefa proposta. Esses resultados destacam a importância de continuar investigando os efeitos da cafeína em diferentes contextos biológicos.
Estudo revela impacto da cafeína na eficácia do trajeto local das formigas argentinas
Os pesquisadores notaram um aumento de 28% na eficácia do trajeto até o local desejado com doses baixas de cafeína e 38% com a quantidade intermediária da substância. A intenção é aplicar essa estratégia para aprimorar o controle das formigas argentinas, consideradas invasoras.
A Linepithema humile, classificada como praga por invadir espaços e atacar substâncias doces como carnes, pães e frutas, prejudica tanto plantas ornamentais quanto frutíferas ao consumir a secreção vegetal e proteger pulgões e cochonilhas.
Os resultados da pesquisa com a cafeína foram divulgados na revista iScience, e a equipe de cientistas iniciou o projeto visando melhorar a eficácia de iscas venenosas para esse tipo de formiga. O biólogo computacional Henrique Galante, da Universidade de Ratisbona, na Alemanha, explicou: ‘Estamos buscando torná-las mais eficientes na localização dessas iscas, pois quanto mais rapidamente se deslocam, mais trilhas de feromônio deixam, atraindo mais formigas e espalhando o veneno na colônia mais rapidamente’.
Em altas doses de cafeína, não houve alterações no comportamento das formigas, apenas em doses baixas e intermediárias. Durante os testes, os insetos percorriam uma ponte de Lego até uma plataforma, onde os pesquisadores ofereciam uma solução de sacarose misturada com cafeína. A ingestão do composto era seguida pela remoção da folha de papel A4 que servia como base, impedindo que as formigas seguissem seu rastro de feromônio de volta à recompensa.
‘A menor dose usada é encontrada em plantas naturais, a intermediária é semelhante à presente em algumas bebidas energéticas, e a maior quantidade é definida como a DL50 de abelhas, sendo potencialmente letal para as formigas’, explicou Galante. Embora as formigas não tenham acelerado o trajeto com a cafeína, demonstraram maior eficácia em encontrar o caminho até a próxima recompensa, indicando uma melhora na capacidade de aprendizado da rota.
Com essas descobertas, os cientistas almejam contribuir para os esforços de controle das formigas argentinas. Novos testes estão sendo realizados em um ambiente aberto.
Fonte: © CNN Brasil
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