McDonald’s foi palco de campanha de Donald Trump nos EUA e de vídeo do prefeito reeleito de Sorocaba, em São Paulo, na rede de fast food, envolvendo atividade política e processo de gestão.
A rede de fast food McDonald’s enfrentou um desafio inesperado esta semana, quando alguns de seus franqueados se envolveram em campanhas políticas. A situação se tornou ainda mais complicada quando Donald Trump, candidato à presidência dos Estados Unidos, escolheu uma unidade do McDonald’s para gravar um vídeo de campanha no último domingo (20/10).
A participação de franqueados em campanhas políticas pode ser um desafio para a franqueadora, pois pode afetar a imagem da marca como um todo. Além disso, a exposição de uma franquia específica em uma campanha política pode gerar controvérsias e afetar a percepção dos clientes. É fundamental que as franquias mantenham uma postura neutra em relação a questões políticas. A chave para o sucesso é encontrar um equilíbrio entre a liberdade de expressão dos franqueados e a proteção da marca. A franqueadora deve estabelecer diretrizes claras para seus franqueados e garantir que eles compreendam a importância de manter uma imagem positiva e neutra.
Franqueados e a Política: Um Caso de Estudo
Recentemente, um vídeo compartilhado pela equipe de Trump mostrou o ex-presidente americano atendendo clientes no drive-thru de uma unidade do McDonald’s. Em resposta, a rede de fast-food afirmou que a atividade foi realizada por um franqueado e que a empresa ‘não endossa candidatos para cargos eleitorais’. No Brasil, o prefeito reeleito de Sorocaba (SP), Rodrigo Manga, compartilhou um vídeo similar, mostrando-o atendendo uma cliente no drive-thru de uma unidade do McDonald’s enquanto faz promessas do próximo mandato.
O McDonald’s Brasil afirmou que a visita ‘foi uma cortesia do franqueado da região’ como parte do programa Porta Abertas, que recebe clientes interessados em conhecer as cozinhas dos restaurantes da rede. No entanto, especialistas ouvidos por PEGN afirmam que o envolvimento em atividades de cunho político pode resultar em multas e rescisões de contratos.
O Processo de Gestão e a Franquia
Fazer parte de uma rede de franquias implica a obrigação de seguir um processo de gestão em acordo com as diretrizes da franqueadora. Isso exige dos franqueados um compromisso com as regras contratuais e um cuidado com a imagem da marca. Segundo especialistas, o envolvimento em atividades de cunho político pode resultar em multas e rescisões de contratos.
Thais Kurita, advogada especializada em franchising e sócia do Novoa Prado & Kurita Advogados, explica que ‘essa é uma discussão recente, que veio com a intensificação da polarização política. Muitos contratos não têm essa previsão específica, mas preveem uma cláusula genérica que o franqueado não poderá se engajar em atos que possam denegrir a imagem da marca’.
As Consequências para os Franqueados
De acordo com Kurita, ainda que a participação em campanhas políticas não gere, necessariamente, impactos negativos para a empresa, o potencial de geração de danos é suficiente para que cláusulas de punição sejam acionadas. Sidnei Amendoeira, sócio da MMA Advogados e diretor jurídico da Associação Brasileira de Franchising (ABF), explica que as regras variam de acordo com o Contrato de Franquia.
O advogado explica que, em geral, as franqueadoras tendem a enviar uma notificação solicitando que o franqueado se abstenha da ação em questão, e/ou aplicar multas. Em caso de reincidência, pode haver o pedido de rescisão do contrato. ‘A pessoa física do franqueado pode engajar em uma campanha, mas não pode, de nenhuma maneira, associar o engajamento pessoal dele ao engajamento da marca’, afirma Amendoeira.
Fonte: @ PEGN
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