Adriano Massuda, nomeado há duas semanas na Secretaria de Atenção Especializada à Saúde, é visto como “jogador em aquecimento”; ele nega ter sido cotado e diz que seu trabalho é auxiliar a ministra.
Em meio aos desafios enfrentados pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, nos últimos meses, o governo Lula está considerando a possibilidade de nomear o médico sanitarista Adriano Massuda para liderar a Pasta da Saúde em caso de uma eventual saída de Nísia. Destacando-se como professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e com experiência como ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde, Massuda emergiu como uma figura influente após a crise nos hospitais federais no Rio resultar na queda do então secretário Helvécio Magalhães.
Fontes ligadas ao Ministério da Saúde, ao PT e ao Congresso revelaram ao Estadão que a escolha de Massuda não se limita a uma tentativa de tranquilizar os ânimos, mas também representa uma estratégia para preparar o sanitarista para uma possível sucessão em meio à turbulência vivida no cenário da Saúde Pública. A atuação de Massuda como secretário de Atenção Especializada à Saúde (SAES) durante a gestão de Nísia demonstra a confiança depositada em sua capacidade de assumir responsabilidades mais amplas no Governo.
Discussão sobre a Possível Troca na Pasta da Saúde
Após a divulgação da matéria, o secretário conversou com a reportagem e esclareceu que não havia sido informado sobre a possibilidade de assumir o Ministério da Saúde. Ele destacou que considera Nísia Trindade a pessoa mais adequada para liderar o SUS no momento e expressou sua satisfação em colaborar com a primeira ministra da Saúde do Brasil, reconhecendo o marco histórico de sua nomeação.
Uma fonte mencionou que Massuda é visto como uma espécie de reserva, indicado por Padilha, atual ministro das Relações Institucionais, para estar preparado caso a substituição realmente seja necessária. A permanência de Nísia no comando do Ministério da Saúde diante de uma reforma ministerial é incerta, levantando dúvidas sobre a continuidade de sua gestão.
Há uma preocupação em manter a estabilidade da Pasta da Saúde, que detém o terceiro maior orçamento da União, no valor de R$ 231 bilhões. Busca-se evitar possíveis vazios de poder e disputas políticas, especialmente com o Centrão, em caso de saída da atual ministra.
O Potencial Novo Nome para a Pasta da Saúde
Adriano Massuda, ligado a Padilha e com experiência em cargos no governo anterior, surge como uma opção para assumir a posição, reduzindo possíveis críticas de especialistas da área de saúde pública em relação a Nísia. Sua trajetória como acadêmico, pesquisador e consultor na área da saúde o credencia para o cargo.
Assim como a ministra atual, Massuda possui uma carreira sólida, com destaque na academia e nas políticas de saúde. Seu perfil concilia expertise técnica e conhecimento prático, o que poderia assegurar uma transição eficaz e minimizar resistências.
Perfil e Trajetória de Adriano Massuda e Nísia Trindade
Massuda, além de suas atribuições como acadêmico e consultor, ocupou cargos de destaque na gestão da saúde em níveis municipal e federal. Por sua vez, Nísia Trindade, primeira mulher a liderar o Ministério da Saúde, é reconhecida pela sua competência e pelo simbolismo de representar a defesa da ciência e da saúde pública.
Ambos têm sólida formação acadêmica e experiência prática, o que reflete a importância de reunir expertise técnica e gestão eficiente na condução do Ministério da Saúde. A eventual transição para a gestão de Massuda representaria uma continuidade qualificada no comando da Pasta da Saúde.
Fonte: @ Estadão
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