Negociação evoluiu: Ministério de Gestão reafirma que não há margem no orçamento para reajuste em 2024, apesar de nova proposta de reestruturação de carreira.
Em meio à greve que já afeta diversos setores do país, o governo federal anunciou hoje uma medida para tentar solucionar o impasse com os grevistas das instituições de ensino. A proposta inclui não apenas reajustes salariais, mas também benefícios extras para os funcionários públicos em movimento de paralisação, visando encerrar o movimento o mais breve possível.
Os greveistas estão há semanas pressionando por melhores condições de trabalho e salários mais justos. O governo, por sua vez, busca encontrar uma saída que atenda às demandas dos greveistas sem comprometer o orçamento público. Espera-se que as negociações avancem e que em breve seja possível chegar a um acordo satisfatório para ambas as partes envolvidas.
Proposta de aumento salarial e reestruturação de carreira
De acordo com as informações fornecidas por José Lopez Feijóo, secretário de Relações de Trabalho, o Ministério se comprometeu com um aumento de 9% em janeiro de 2025 e mais 3,5% em maio de 2026. Essa nova proposta representa um avanço significativo em relação à oferta inicial do governo, que previa um reajuste de 9%, dividido em 4,5% para cada ano subsequente. Para este ano, não estava previsto nenhum aumento, mas a nova proposta totaliza um aumento de 12,5% ao longo do período.
Em relação ao impacto orçamentário, Feijóo ressalta que a proposta atual quase dobrou em comparação com a proposta anterior, gerando uma abordagem positiva para as negociações em andamento. Segundo a visão de Feijóo, a nova proposta foi bem recebida pelos docentes, mas não resultou no fim da paralisação. No entanto, ele destaca que a negociação evoluiu de forma positiva.
A reestruturação de carreira também foi um ponto crucial nas negociações. Enquanto para os docentes essa questão teve menos destaque em comparação com os técnicos em educação, Feijóo enfatiza que foram atendidos nove dos 12 pontos solicitados pela categoria. Isso resultou em ganhos salariais efetivos e uma aceleração na progressão de carreira, reduzindo o tempo necessário para alcançar o ápice da carreira de 22 anos e meio para 18 anos.
Insuficiência da proposta e continuação da greve
Apesar dos esforços do governo em apresentar uma nova proposta e contemplar parte das demandas dos grevistas, a Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Educação das Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (FASUBRA) e o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (SINASEFE) consideraram a proposta insuficiente e decidiram dar continuidade à greve.
A falta de espaço fiscal para reajustes salariais em 2024 foi apontada pelo secretário-executivo-adjunto do MEC, Gregório Grisa, como um obstáculo para atender plenamente às demandas dos grevistas. Em uma tentativa de compensar essa situação, o governo decidiu ajustar os benefícios de auxílio alimentação, saúde e creche, contemplando também aposentados e pensionistas com esses reajustes.
Histórico e adesão ao movimento grevista
A greve teve início em março, mas ganhou força recentemente devido à falta de avanços nas negociações com o governo federal. O nível de adesão ao movimento de paralisação varia entre as instituições de ensino, com diferentes setores aderindo de maneira distinta. Em algumas universidades, parte dos professores não aderiu à greve, enquanto em outras, apenas alguns setores estão paralisados.
A greve continua a ser uma estratégia importante para os grevistas pressionarem por suas demandas, destacando a importância da negociação contínua e do diálogo aberto entre as partes envolvidas nesse movimento de paralisação.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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