Ações de Vale e Petrobras caíram com queda do petróleo e minério de ferro, afetando o índice de ações. Dúvidas sobre corte ou manutenção da taxa básica de juros aumentam a aversão ao risco.
O Ibovespa enfrentou um desafio significativo em setembro, devido à queda das ações de Petrobras e Vale. Essas duas empresas, que representam cerca de 25% da carteira teórica do índice, têm um peso considerável no mercado brasileiro e podem influenciar significativamente o desempenho do Ibovespa.
Embora o Ibovespa tenha tentado se recuperar, a queda das ações dessas duas exportadoras foi um obstáculo significativo. A carteira teórica do Ibovespa é composta por uma variedade de ações, mas as de Petrobras e Vale têm um impacto desproporcional devido ao seu peso no índice. Isso significa que, quando essas ações caem, o Ibovespa pode ter dificuldade em reduzir suas perdas. O mercado brasileiro é altamente sensível às flutuações dessas ações, o que pode afetar o desempenho geral do índice.
Mercado em Alerta: Ibovespa Recua 0,31%
No cenário de incerteza, os investidores mantiveram a cautela em relação ao mercado brasileiro, especialmente após a deflação registrada em agosto, que colocou em xeque a expectativa de aumento da taxa básica de juros (Selic) na próxima semana. O Ibovespa, índice que reflete a carteira teórica do mercado, recuou 0,31%, fechando em 134.320 pontos. No mês, a queda é de 1,24%, enquanto no ano, o Ibovespa manteve uma leve alta de 0,10%.
O giro financeiro, que soma o volume de recursos nas negociações, foi baixo, alcançando apenas R$ 14,9 bilhões, ante a média diária de R$ 16,6 bilhões nos últimos 12 meses. Esse cenário reflete a incerteza dos investidores em relação ao mercado brasileiro.
Impacto da Deflação no Ibovespa
A deflação registrada em agosto pode levar a uma revisão das expectativas em relação à taxa Selic. Com a possibilidade de manutenção de juros, o dólar se valoriza, o que beneficia ações que se beneficiam da alta do dólar, como Suzano e Klabin. ‘Com a deflação, a possibilidade de aumento da taxa Selic fica em aberto, já que os dados não colaboram para uma alta na taxa de juros, ainda mais com os EUA também devendo diminuir os juros neste mês’, afirma Fabio Louzada, economista e fundador da Eu me banco.
O resultado do índice oficial de preços fortalece a tese de que o Comitê de Política Monetária (Copom) deverá promover um aperto mais suave, com aumento de 0,25 ponto em vez de 0,50. No entanto, outros analistas acreditam que a deflação poderá levar a autoridade monetária a desistir da ideia de subir a taxa.
Impacto no Mercado Brasileiro
Se os juros não subirem no Brasil, o mercado brasileiro se tornaria menos atrativo para investidores estrangeiros, o que não ajuda a arrefecer a alta acumulada do dólar, que já chega a 16,53% neste ano. Na sessão, o dólar subiu 1,31%, negociado a R$ 5,65. No mês, a moeda acumula valorização de 0,39%.
A moeda americana avançou ante outras divisas de emergentes. Pouco mais de uma semana antes da superquarta, os investidores voltam os olhares para os dados de inflação americana. Na quarta, será divulgado o índice de preço ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) e, na quinta, o índice de preço ao produtos (PPI). Com esses dados em mãos, as apostas para saber de quanto será o corte da taxa de juros americana poderão ser mais certeiras.
Fonte: @ Valor Invest Globo
Comentários sobre este artigo