Pregão reage às eleições nos EUA com Donald Trump. No Brasil, falta ajuste fiscal. Comitê de Política Monetária mantém taxa básica de juros, apesar de balanço mais positivo e aversão a risco, em meio a incertezas do arcabouço fiscal.
O Ibovespa não teve um desempenho positivo hoje. A notícia de que Donald Trump vai voltar a ocupar a cadeira da maior economia do mundo fez com que o índice recuasse. Além disso, o Brasil não contribuiu para uma melhoria, pois o governo ainda não anunciou o plano de redução de despesas, que é aguardado há tempos.
O mercado financeiro está ansioso para saber como o governo pretende reduzir as despesas e melhorar a situação econômica do país. A Bolsa de Valores de São Paulo, onde o Ibovespa é negociado, está atenta às movimentações do governo e aguarda um anúncio oficial sobre o plano de redução de despesas. Enquanto isso, o Mercado está em alerta, esperando para ver como o Ibovespa irá se comportar nos próximos dias. A falta de um plano claro está afetando a confiança dos investidores. E o Ibovespa continua a refletir essa incerteza.
O Ibovespa e o Mercado em Movimento
No meio de uma série de acontecimentos importantes, quase passou despercebido que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve aumentar a taxa básica de juros do país, que já está em um patamar elevado. Nesta quarta-feira (6), o Ibovespa caiu 0,24%, fechando em 130.341 mil. No mês, o índice ainda apresenta um desempenho positivo, com alta de 0,44%. No entanto, no ano, o Ibovespa está no vermelho, com queda de 2,90%.
O único destaque positivo do dia foi a Gerdau, cujos papéis preferenciais avançaram 9,34%, impulsionados por um balanço mais positivo e pela vitória de Donald Trump. De acordo com um relatório do Citi, a metalúrgica superou as expectativas, graças à recuperação de suas operações no Brasil e à manutenção de um bom momento para o aço nos Estados Unidos.
No entanto, o desempenho da Gerdau foi uma exceção na sessão de hoje. Após a divulgação do resultado das eleições americanas, a aversão a risco tomou conta da Bolsa brasileira, assim como no dólar e nos juros futuros, em movimento de reação às promessas do republicano. As medidas propostas por Trump incluem cortes de impostos, imposição de tarifas a todas as importações americanas e endurecimento nas políticas de imigração.
O Impacto nas Commodities
O papel ordinário de Vale ON recuou 1,13%, cotado a R$ 61,42. Já a ação ordinária de Petrobras, que acompanhou a forte desvalorização mais cedo, caiu 0,10% no pregão de hoje. Outros papéis ligados a commodities também recuaram: CSN (-3,01%), Usiminas (-0,60) e CSN Mineração (-0,64%).
No Brasil, a expectativa pelas medidas que o governo deve adotar para cumprir o arcabouço fiscal segue gerando incertezas. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo federal terminou as reuniões com ministros para debater as medidas de cortes de gastos da União. No entanto, falta uma coisa aqui, outra ali, que estão sendo trabalhadas pelos ministérios da Fazenda, da Casa Civil e do Planejamento e Orçamento.
Quando estiverem prontas, as medidas serão enviadas novamente para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ministro não cravou quando o anúncio virá, então o investidor que segure o coração, parece que o caminho ainda é longo.
O Futuro do Mercado
Se o país demonstrar mais equilíbrio fiscal para investidores estrangeiros, o volume de negociações da Bolsa tende a aumentar. Além disso, é preciso esperar para entender se a dinâmica de brigas tarifárias e a aversão a risco continuarão a afetar o Mercado. O Ibovespa, como índice líder da Bolsa brasileira, seguirá sendo um indicador importante para o desempenho do Mercado.
Fonte: @ Valor Invest Globo
Comentários sobre este artigo