Saldo do Dia: O índice atingiu esse patamar após o episódio de pânico global. A alta de Petrobras e Vale não salvou o mercado de ações da aversão ao risco fiscal brasileiro, que afeta a carteira e o volume de negociações para 2024.
O Ibovespa, principal termômetro do mercado de ações do Brasil, registrou sua quinta queda consecutiva, afetando diretamente o mercado acionário. Para retornar ao pico de 137 mil pontos, alcançado há um mês, o índice precisaria subir pelo menos 5%, o que parece ser um desafio considerável.
Após um agosto considerado ótimo, a bolsa já acumula uma perda de 4% em setembro, o que é um sinal de alerta para os investidores. A revisão bimestral do orçamento para 2024 foi o principal fator que influenciou essa queda, e o mercado repercutiu essa notícia na segunda-feira (23). O Ibovespa, como indicador do mercado, reflete a confiança dos investidores e a saúde econômica do país, e sua queda é um sinal de que o mercado está se tornando mais cauteloso. A incerteza é o maior inimigo dos investidores e, por isso, é fundamental monitorar o Ibovespa e o mercado acionário para tomar decisões informadas.
O Ibovespa em Declínio
Os números apresentados recentemente não atenderam às expectativas dos investidores. Ao contrário do esperado, houve uma redução no congelamento de gastos e uma revisão do contingenciamento apresentado há dois meses. Isso faz com que o prometido déficit fiscal e o cumprimento do arcabouço fiscal pareçam mais distantes de se tornar realidade. Como resultado, o Ibovespa recuou 0,38%, atingindo 130.568 pontos, seu pior patamar desde 9 de agosto. A carteira perdeu 2,70% no ano.
O volume de negociações ficou abaixo da média, com R$ 14,6 bilhões, em comparação com os R$ 16,6 bilhões de giro diário dos últimos 12 meses. O termômetro do mercado acionário, o Ibovespa, reflete a incerteza dos investidores em relação ao futuro do país.
O Risco Fiscal Volta a Ser um Fator Preocupante
Ninguém estava com saudade do termo ‘risco fiscal’ se misturando ao mercado acionário. No entanto, ele nunca saiu do radar. Com a recente revisão do orçamento para 2024, o Brasil ficou de fora da festa do apetite a risco visto nas bolsas da Europa e em Nova York. A perspectiva de queda de juros inunda o mercado de otimismo, mas o Brasil não está aproveitando essa tendência.
‘Vemos a bolsa em queda com grande foco em uma possível crise no fiscal, mesmo com o cenário externo favorável. A entrada de capital estrangeiro ainda é um alerta vermelho para os investidores’, avalia Hemelin Mendonça, especialista em mercado de capitais e sócia da AVG Capital. O dólar se fortalece diante do real devido à piora no cenário fiscal brasileiro, o que faz com que a moeda desvalorize.
O Mercado Exige Mais Prêmio para Investir no Brasil
Diante de tanto receio de um futuro de déficit, o mercado pediu mais prêmio para investir no Brasil. Os futuros passaram por forte alta, sobretudo as taxas mais longas, que refletem a confiança na habilidade do governo de manter um orçamento saudável. As taxas de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 se mantiveram no alto dos 11,02%. Prêmios em contratos de mais curto prazo estão mais ligados às expectativas de investidores para a Selic.
Já para janeiro de 2034, as taxas passaram de 12,27% para 12,45%. Essas taxas mais longas costumam medir o ‘risco fiscal’, que é a capacidade do governo de manter as contas públicas em dia. O índice Ibovespa reflete a incerteza dos investidores em relação ao futuro do país e ao risco fiscal.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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