Isenção tributária sobre rendimento de aplicações pode gerar distorções no mercado, afetando a alocação eficiente de recursos escassos e o desempenho constante do sistema tributário.
O mercado financeiro brasileiro tem demonstrado uma preocupação crescente com a trajetória do crescimento da dívida pública, que pode ser amenizada com a implementação de incentivos fiscais. Essa medida pode ajudar a reduzir a carga tributária e estimular o crescimento econômico, mas é fundamental que seja feita de forma responsável e sustentável.
Segundo os especialistas, a dívida pública é um fator de risco para que a inflação atinja a meta de 3% ao ano. Além disso, a manutenção de juros elevados pelo Banco Central pode ter um impacto negativo na economia, reduzindo a capacidade de investimento e consumo. No entanto, incentivos fiscais podem ser uma ferramenta eficaz para estimular o crescimento econômico, desde que sejam acompanhados de benefícios tributários e redução de impostos, que podem ajudar a aumentar a competitividade das empresas e estimular a criação de empregos. A isenção fiscal também pode ser uma opção para setores específicos, como a agricultura ou a tecnologia, que são fundamentais para o desenvolvimento econômico do país.
Incentivos Fiscais: Um Desafio para a Economia
Os juros altos podem ser um obstáculo para os negócios, reduzindo a demanda por produtos e serviços, mas também podem combater a inflação de forma indireta, pois diminuem o ânimo geral para gastar. No entanto, os juros altos também aumentam a dívida pública, que é um problema que precisa ser enfrentado. A solução para esse impasse é combinar a alta dos juros com o aumento da receita do governo, seja através da arrecadação de impostos ou da redução das despesas correntes. Isso é conhecido como superávit fiscal.
Para os críticos, é arrecadar mais para pagar juros, enquanto para os defensores da estratégia, é cortar gastos desnecessários. De qualquer forma, o diagnóstico é aceito por praticamente todos os participantes do mercado financeiro. A analogia mais comumente usada é de que uma família não pode aumentar as dívidas indefinidamente e uma hora o ajuste precisa ser feito.
O Sistema Tributário e os Incentivos Fiscais
Outro consenso no mercado financeiro é que o sistema tributário deveria ser o mais neutro possível. Caso contrário, não haveria uma alocação eficiente do capital. Isso significa que se uma determinada atividade econômica tiver um incentivo fiscal, o sistema de preços não irá funcionar adequadamente. Como consequência, os recursos escassos da economia vão acabar sendo direcionados para negócios em que a produtividade é menor.
A consequência é que a ausência de incentivos de mercado e pressão de potenciais competidores implica falta de estímulo para a inovação. No fim, a atividade incentivada entra em lenta estagnação até se tornar totalmente irrelevante. Além disso, os incentivos fiscais podem criar uma redução de impostos, o que pode ser benéfico para alguns setores, mas prejudicial para outros.
A Necessidade de Medir o Desempenho
Um terceiro argumento muito usado no mercado financeiro é a necessidade de medir o desempenho para se adequar constantemente as estratégias. É um conceito relacionado à meritocracia. O objetivo é incentivar políticas que estão dando certo e corrigir o rumo de práticas que não foram as melhores escolhas. Quanto mais cedo houver a correção de rumos, melhor. Mas para isso, é fundamental medir o resultado.
A isenção fiscal sobre o rendimento de alguns produtos financeiros passa ao largo de todas essas convicções do mercado financeiro. E a explicação mais provável é que a isenção tributária atrai investidores pessoas físicas. As aplicações financeiras são naturalmente complexas, e a isenção fiscal pode ser um benefício tributário que facilita a tomada de decisões.
O Impacto dos Incentivos Fiscais na Economia
Hoje em dia, existe um segmento de aplicações financeiras, majoritariamente de renda fixa, em que os rendimentos são isentos de imposto de renda. São instrumentos específicos usados para financiar algumas atividades do setor imobiliário e do agronegócio. Esses incentivos fiscais podem criar uma redução de impostos, o que pode ser benéfico para alguns setores, mas prejudicial para outros.
Além disso, os incentivos fiscais podem criar uma alocação ineficiente de recursos, pois os investidores podem escolher investir em atividades que oferecem benefícios tributários, em vez de investir em atividades que são mais produtivas. Isso pode levar a uma redução da produtividade e do crescimento econômico.
Em resumo, os incentivos fiscais podem ser um desafio para a economia, pois podem criar uma alocação ineficiente de recursos e reduzir a produtividade. É fundamental medir o desempenho e corrigir o rumo de práticas que não foram as melhores escolhas. Além disso, é importante considerar os benefícios e desvantagens dos incentivos fiscais e criar um sistema tributário mais neutro e eficiente.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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