Novo personagem mercado:CVM enfrenta atividade influenciador. Marina Copola destaca interpretação regras em condutas irregulares registradas.
Quando se trata de abordar o papel dos influenciadores financeiros, a questão da ampla audiência que esse perfil atinge se destaca como um desafio relevante para reguladores e órgãos fiscalizadores, como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A interação desses influenciadores financeiros com um público variado traz à tona a importância de diretrizes claras para garantir a transparência e a ética nas recomendações mercado de capitais.
É fundamental que a atuação do influenciador de finanças seja pautada pela responsabilidade e conhecimento, a fim de promover informações precisas e relevantes sobre investimentos e práticas financeiras. A influência exercida por esses profissionais requer um olhar atento e cauteloso das autoridades competentes, visando proteger os investidores e garantir a integridade do mercado de capitais. Manter a integridade das recomendações e condutas dos influenciadores financeiros é essencial para preservar a confiança e a segurança dos seguidores que buscam orientações sobre suas finanças pessoais.
Atividade de Influenciador Financeiro em Debate
Em muitos casos, o regulador enfrenta o desafio de interpretar disposições já existentes ao lidar com condutas irregulares dos influenciadores de finanças no mercado financeiro, de acordo com a diretora da autarquia, Marina Copola. Ela destaca que a principal dificuldade para os influenciadores financeiros é a possibilidade de suas atividades entrarem em conflito com outras atividades reguladas, como consultoria e gestão, porém, a mais relevante delas, devido à natureza da comunicação envolvida, é a função de analista.
Ao participar de um debate sobre o papel dos influenciadores de finanças, promovido pelo escritório Levy & Salomão Advogados, Copola levantou a questão de criar uma categoria específica que exija registro na CVM para os influenciadores financeiros. Ela pondera se essa abordagem seria a mais apropriada do ponto de vista regulatório, enfatizando a importância de refletir sobre a viabilidade de um processo de supervisão para influenciadores sem registro.
A exigência de registro dos influenciadores de finanças não parece estar entre as prioridades da CVM, que recentemente encerrou uma consulta pública sobre o tema. Antes disso, a autarquia divulgou um estudo de impacto regulatório elaborado pela Assessoria de Análise Econômica e Gestão de Riscos (ASA), que recomendou a implementação de regras para os influenciadores de investimentos e a divulgação transparente de conteúdo patrocinado sobre valores mobiliários.
Os profissionais do mercado sujeitos à fiscalização da CVM devem ter controle sobre os influenciadores financeiros contratados para promover seus produtos. A regulação dessa atividade é uma das metas-chave do regulador para 2024. Simultaneamente, a CVM busca incentivar os influenciadores financeiros a se tornarem analistas certificados pela autarquia, permitindo uma divulgação mais abrangente de suas análises, conforme apontado pelo presidente da entidade, João Pedro Nascimento.
Copola ressalta a importância de lidar com a demanda dos influenciadores de finanças, cujo público-alvo muitas vezes é menos experiente e mais vulnerável. Nesse contexto, a diretora destaca a necessidade de cautela e a complexidade de adaptar as normas existentes para abranger as novas práticas do mercado financeiro. Ela enfatiza que é crucial estabelecer clareza sobre as condutas permitidas e proibidas, diante da evolução constante do setor, sendo fundamental garantir a flexibilidade necessária para regulamentar as atividades dos influenciadores financeiros de forma eficaz e justa.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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