Superintendente da PF afirma que migração ilegal é responsável por colocar barcos no litoral do Pará e vender vagas para pessoas vulneráveis.
A descoberta do barco no litoral do Pará com nove vítimas fatais levantou fortes indícios da atuação de uma organização criminosa especializada em migração ilegal. A presença de 25 capas de chuva, sendo 23 delas idênticas, revela a sofisticação e a coordenação da organização criminosa envolvida nesse trágico incidente. As autoridades terão um desafio complexo pela frente na investigação desse caso e na desarticulação dessa organização criminosa.
A operação policial desencadeada para desmantelar o grupo criminoso por trás desse barco envolvido na migração ilegal está em andamento. A quadrilha responsável por essa tragédia enfrentará a justiça e todas as consequências de seus atos. É crucial que sejam tomadas medidas enérgicas para combater esse tipo de crime organizado que opera à margem da sociedade.
Um olhar mais profundo sobre as artimanhas de uma organização criminosa
Para colocar um barco no litoral do Pará, mesmo que precário e com um alto custo existente, há uma complexa rede envolvendo uma organização criminosa, afirmou José Roberto Peres, superintendente da PF no Pará, em entrevista à CNN nesta quarta-feira (17). Ele ressaltou que alguém dentro dessa organização, provavelmente uma quadrilha, se encarregou de organizar e lançar o barco ao mar, lucrando com a venda de vagas para migrantes vulneráveis em busca de uma vida melhor.
As investigações revelam que o fenômeno da migração ilegal é responsável por rotas mundiais em barcos, algumas das quais atravessam o Brasil. No caso específico dessa embarcação, originária da Mauritânia, África, com destino às Ilhas Canárias, a viagem acabou em um desfecho trágico ao ficar à deriva e ser arrastada até a costa brasileira. As Ilhas Canárias, localizadas na Espanha, são utilizadas como ponto de passagem para migrantes que visam entrar no continente europeu.
José Roberto Peres ressaltou a importância e a gravidade desse cenário, enfatizando o compromisso de longa data da PF em desarticular grupos criminosos que se aproveitam de pessoas vulneráveis em busca de oportunidades de vida melhores. Ele salientou o intenso fluxo migratório da costa africana para as Ilhas Canárias, destacando que nos últimos quatro anos mais de 20 mil pessoas desembarcaram anualmente nas ilhas. Em 2021, foram identificados sete barcos com características semelhantes ao da embarcação encontrada, sendo um desses na costa brasileira, especificamente no Ceará, com três corpos a bordo.
Os esforços investigativos continuam no caso do barco localizado no Pará no último sábado (13). Documentação indica que um dos corpos era de nacionalidade mauritana e outro de origem maliense. As autoridades prosseguem com a análise forense, incluindo testes de DNA e identificação odontológica, para determinar a identidade de todas as vítimas. A PF planeja também coordenar com a Interpol a verificação de informações sobre pessoas desaparecidas nos países de origem, num esforço conjunto para esclarecer os fatos.
Essa trama intricada envolvendo migração ilegal, organizações criminosas e o tráfico de pessoas destaca a urgência de ações coordenadas e eficazes para combater esses crimes transnacionais que impactam indivíduos em busca de uma vida digna e segura. A atuação incisiva da PF e de organismos internacionais se mostra fundamental para lidar com essas questões complexas e, muitas vezes, trágicas.
Fonte: @ CNN Brasil
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