O requerimento para abertura de CPI sobre crimes sexuais e conduta do padre na Arquidiocese deve ser votado pela Câmara de SP na próxima semana.
O pedido de abertura de uma CPI que investiga as atividades do padre Júlio Lancellotti foi protocolado pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil) nesta quarta-feira (13). A votação do requerimento está marcada para a semana que vem, com a necessidade de 28 votos favoráveis entre os 55 vereadores para a instalação da comissão.
O sacerdote Júlio Lancellotti está no centro de uma polêmica na Câmara Municipal de São Paulo, com a proposta de uma CPI em andamento. O religioso Júlio Lancellotti aguarda o desenrolar dos acontecimentos, enquanto o debate sobre suas ações continua em pauta na cidade.
Padre Júlio Lancellotti no centro das investigações
Rubinho afirma que o objetivo é ‘apurar a dignidade da pessoa humana, em especial crimes contra a liberdade sexual, assédio moral, sexual, psicológico e abusos congêneres cometidos contra pessoas em situação de rua, vulnerabilidade e drogadição no município de São Paulo’. O vereador vem dizendo que há provas contundentes contra o sacerdote Júlio Lancellotti.
Júlio Lancellotti sempre negou as acusações. No começo desta semana, Rubinho alterou o escopo da CPI, que antes mirava apenas as ONGs que atuam na região central da cidade.
De acordo com ele, tais entidades recebem dinheiro público e exploram os dependentes químicos. Inicialmente, o vereador listava como dois alvos principais o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, conhecido como Bompar, e o coletivo A Craco Resiste.
Novas acusações contra sacerdote Júlio Lancellotti
Ambos prestam auxílio à população de rua e dependentes químicos no centro da capital. Com a mudança no escopo, o vereador irá direcionar o foco das investigações para Padre Júlio Lancellotti, mas diz que não poupará as entidades. ‘O escopo foi ajustado para que a Comissão tenha segurança jurídica para investigar crimes sexuais praticados no âmbito das ONGs que atuam com pessoas vulneráveis, mas ainda mantendo a essência da CPI’, disse Rubinho.
Segundo o vereador, há dois depoimentos de possíveis vítimas do religioso. Para convencer os parlamentares sobre a necessidade de apurar a conduta do padre Júlio Lancellotti, Nunes e Milton Leite, presidente da Câmara, enviaram um vídeo que mostra um homem se masturbando durante uma conversa pela internet.
O material não tem autenticidade comprovada. Padre Júlio Lancellotti diz se tratar de conteúdo adulterado. O mesmo vídeo também foi compartilhado em 2020, quando Arthur do Val, então candidato à Prefeitura de São Paulo, fez denúncia à Igreja Católica.
Desdobramentos das investigações
Na ocasião, a igreja arquivou a investigação. Em fevereiro deste ano, a Arquidiocese afirmou que abriu nova investigação para apurar a conduta do pároco, após tomar conhecimento de um ‘suposto novo fato de abuso sexual’. O padre sempre rebateu as acusações e disse na ocasião, em nota, que ‘as imputações surgidas recentemente – assim como aquelas que sobrevieram no passado – são completamente falsas, inverídicas’ e que ele tem ‘plena fé que as apurações conduzidas pela Arquidiocese esclarecerão a verdade dos fatos’.
O regimento da Câmara permite a realização de até cinco CPIs simultaneamente. Hoje, estão em andamento as CPIs da Enel, da Violência contra Mulher e de Furtos de Fios e Cabos.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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