Israel enfrenta dilema: equilibrar resposta frente risco de escalada pós ataque com ação esmagadora, mantendo comportamento responsável para garantir apoio de países da região.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, está recebendo orientações de seus assessores sobre como lidar com a situação delicada após o recente ataque. Sua estratégia em relação ao ataque do Irã está sendo cuidadosamente planejada para evitar consequências imprevisíveis.
Diante da pressão para uma reação imediata ao ataque direto, Benjamin Netanyahu está avaliando todas as opções disponíveis antes de tomar uma decisão. O mundo aguarda atentamente por seus próximos passos, pois a situação exige cautela e firmeza diante do risco de uma escalada de violência.
Netanyahu reage ao ataque do Irã
Netanyahu mantém o suspense após o intenso ataque do Irã com drones e mísseis lançado na noite do último sábado, marcando o primeiro ataque direto de Teerã ao território israelense. Diante desse risco de escalada, a resposta do primeiro-ministro israelense foi convocar seu gabinete de guerra e dialogar com seu principal aliado, os Estados Unidos.
Na sequência do ataque, Netanyahu fez uma breve declaração nas redes sociais, comemorando a eficácia de seu escudo contra mísseis e foguetes. Já o ministro da Segurança Interna, Itamar Ben Gvir, do partido Poder Judaico, clamou por uma ação ‘esmagadora’, enquanto o líder opositor Yair Lapid destacou a necessidade de um comportamento responsável por parte dos membros do gabinete, que agora conta com políticos de centro após o conflito com o Hamas em Gaza.
Diante da ameaça iminente, os Estados Unidos expressaram sua posição de evitar uma escalada do conflito no Oriente Médio e se distanciaram de uma possível operação contra o Irã. Outros apoiadores de Israel, como França e Reino Unido, que contribuíram para interromper o ataque, também se posicionaram de forma cautelosa.
O Irã, por sua vez, advertiu que qualquer ação ‘temerária’ de Israel resultará em uma resposta ainda mais contundente. O apoio de países aliados e regiões vizinhas foi crucial para que o sistema de defesa de Israel não fosse sobrecarregado pelos mais de 300 artefatos disparados pelo Irã durante o ataque.
Aliança para deter possíveis ataques futuros
Em setembro de 2022, Israel já havia anunciado seus planos de formar uma ‘coalizão de dissuasão’ contra o Irã, contando com a colaboração de múltiplos países. A dissuasão, no contexto militar, visa fazer com que um adversário pense duas vezes antes de lançar um ataque devido ao medo de uma resposta contundente.
Diante das tensões na região, um isolamento geopolítico de Israel poderia se tornar uma realidade, como previu o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken. Por isso, a demonstração de apoio de diversos países e aliados na noite do ataque do Irã foi essencial para a segurança de Israel.
Para não desagradar os aliados que buscam acalmar a situação, Israel pode adiar uma possível retaliação. Manter essa aliança defensiva entre parceiros ocidentais, sunitas e israelenses, sem precedentes, é fundamental para garantir uma postura moderada em meio às provocações.
Diante do desafio de responder a um ataque tão significativo na região, a cooperação internacional se mostra como um elemento-chave para a estabilidade e segurança, demonstrando a importância do suporte mútuo entre nações em face de ameaças comuns.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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