O presidente Lula afirmou que escolherá uma autoridade para o Banco Central com compromisso com a meta de crescimento e controle da inflação.
Às vésperas da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o presidente Bolsonaro (PSL) declarou hoje que ‘não há justificativa para a taxa de juros no patamar atual‘ e reiterou suas críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Em meio às discussões sobre a decisão monetária a ser tomada, a expectativa do mercado financeiro em relação às taxas de juros permanece alta, aguardando por possíveis mudanças que possam impactar a economia nacional.
Banco Central: Lula critica comportamento da autoridade monetária
Em recente entrevista à rádio CBN, o presidente Lula afirmou que o dirigente do Banco Central ‘não demonstra capacidade de autonomia’ e que seu trabalho parece ser mais prejudicial do que benéfico para o país. Durante a conversa, o presidente destacou que o único ponto desajustado no Brasil no momento é o comportamento do Banco Central.
As declarações de Lula surgem um dia antes do anúncio da próxima decisão monetária do Copom. As expectativas apontam para a manutenção das taxas de juros em 10,50% ao ano, algo que o presidente considerou ‘triste’. Ele também ressaltou que, globalmente, os bancos indicam um otimismo particular em relação ao Brasil, criticando discursos de inflação futura.
É relevante lembrar que, em uma decisão dividida, o Banco Central optou por reduzir o ritmo de cortes na taxa Selic em sua última reunião. Enquanto os representantes do atual governo defendiam uma redução de 0,5 ponto percentual, outros membros preferiram um corte de 0,25 ponto percentual.
Neste cenário, o mercado está atento às movimentações da nova diretoria do BC. Com o término do mandato de Roberto Campos Neto no final deste ano, juntamente com outros membros da diretoria, indicados pelo governo atual, a maioria será composta por escolhas do presidente Lula.
Lula enfatiza importância da autoridade monetária
Lula reiterou sua intenção de escolher um presidente do Banco Central comprometido com o controle da inflação e o crescimento econômico. Ele comparou a autonomia de Roberto Campos Neto com a de Henrique Meirelles, questionando a independência do atual presidente do BC.
Durante a entrevista, o presidente também abordou a questão fiscal, mencionando a disputa histórica sobre o uso dos recursos do Orçamento. Ele destacou que o governo não fará ajustes que impactem os mais vulneráveis, em contrapartida às propostas de redução de gastos apresentadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
A estabilidade das contas públicas é um ponto de interesse para o mercado, pois um governo financeiramente sólido atrai investidores. O cumprimento da meta de zerar o déficit este ano seria um indicador positivo da saúde financeira do país, reduzindo a percepção de risco e aumentando a confiança dos investidores.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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