Marcelo Silva, ex-CEO do Magazine Luiza, fala sobre desafios da sucessão em negócios familiares, economia global e força de trabalho.
No Brasil, as empresas familiares desempenham um papel fundamental na economia nacional. De acordo com os dados mais recentes do IBGE, cerca de 90% das empresas brasileiras são empresas familiares, que passam de geração em geração. Esse modelo de negócios é responsável por uma parcela significativa da força de trabalho do país e do PIB nacional.
Os negócios familiares são um importante motor da economia brasileira, gerando empregos e renda para milhões de pessoas. Além disso, as companhias familiares também desempenham um papel importante na inovação e no desenvolvimento de novos produtos e serviços. A continuidade é fundamental para o sucesso dessas empresas, que muitas vezes dependem da experiência e do conhecimento acumulado ao longo das gerações. A gestão eficaz é essencial para garantir a longevidade dessas empresas e manter sua competitividade no mercado.
Empresas Familiares: O Desafio da Sucessão
Entre as grandes empresas familiares, um dos maiores obstáculos não é a falta de resiliência para acompanhar um mundo em constante transformação, nem a falta de rigor organizacional. O desafio permanente de sobrevivência é, sim, a sucessão, como mostra o economista Marcelo Silva, em seu mais recente livro: Empresas Familiares — A construção da perpetuidade. Com 73 anos, nascido em Palmares, no interior pernambucano, o autor fala com conhecimento de causa. Ao longo de 50 anos, ele trabalhou em algumas das maiores empresas familiares do Brasil, como CEO do Magazine Luiza, entre 2009 e 2015, onde coordenou o processo de transferência de comando de Luiza Helena Trajano para o filho Frederico.
Hoje, Silva é vice-presidente do conselho de administração da companhia e conselheiro de outras tantas empresas, como Movida e Raia Drogasil. Depois de se formar em economia pela Universidade Federal de Pernambuco, Silva passou sete anos na consultoria Arthur Andersen. De lá, foi para a rede de supermercados Bompreço, com forte presença no nordeste. Já em São Paulo, no início dos anos 2000, assumiu o comando da Casa Pernambucanas. O sucesso à frente da companhia da família Lundgren chamou a atenção de Luiza Helena Trajano, que o convidou para trabalharem juntos.
A Importância da Gestão em Empresas Familiares
Por onde passou, Silva deixou sua marca pessoal: a combinação entre o respeito à tradição e o entusiasmo pela inovação. No mercado, costuma-se dizer: o que o executivo não sabe sobre empresa familiar ninguém precisa saber, pois não é relevante. Definido por Frederico Trajano como uma ‘magnífica aula sobre a magia da gestão em empresas familiares’, o livro é a terceira obra do autor. Antes dele vieram Gente não é salame, de 2009, e O que a vida me ensinou — Sempre vale a pena acreditar e apostar nas pessoas, de 2013.
‘Meus conhecimentos foram adquiridos na convivência com as pessoas, sobretudo no ambiente das companhias concebidas e mantidas pelo esforço familiar’, diz Silva. Empresas Familiares — A construção da perpetuidade é um misto de memórias com uma rigorosa pesquisa e análise de estudos relacionados ao tema. Silva parte das primeiras experiências de produção familiar no período neolítico, há dez mil anos, para chegar à atualidade.
Desmistificando Conceitos sobre Negócios Familiares
‘Nesta escrita, o que é mais complexo acaba explicado na mais espantosa simplicidade. A gente saboreia, aprende e se inspira’, lê-se em depoimento da empresária Luiza Trajano, no livro. Na conversa com o NeoFeed, o executivo fala ainda sobre gestão, cultura e sucessão, além de desmistificar antigos conceitos que sempre rondaram os negócios familiares. A economia global é influenciada pelas empresas familiares, que representam uma parcela significativa do PIB nacional e da força de trabalho.
O Papel das Empresas Familiares na Economia
Tem sentido a máxima de que na história de uma empresa familiar ‘o pai constrói, o filho usufrui e o neto destrói’? Muitas vezes é o que acontece, sim. Pesquisas globais indicam que cerca de 50% das empresas familiares chegam à segunda geração e 10% à terceira geração. Mas, por outro lado, existem muitas empresas que conseguem atravessar gerações. As empresas familiares desempenham um papel fundamental na economia, contribuindo para o crescimento e o desenvolvimento das comunidades. É importante que elas sejam gerenciadas de forma eficaz para garantir a sua perpetuidade.
Fonte: @ NEO FEED
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