Mercado Livre planeja obter licença bancária completa em 2 anos, sendo visto pelo Goldman Sachs como oportunidade no ecossistema das fintechs.
Não é segredo para ninguém que o Brasil é um ecossistema de inovação em desenvolvimento e cheio de oportunidades no sistema financeiro. Por isso, ninguém quer ficar de fora. Cristina Junqueira, fundadora e CGO do Nubank, disse em entrevista ao NeoFeed que o Mercado Livre é a prioridade número 1 do banco digital.
Além disso, o Mercado Livre tem se destacado no mercado brasileiro não só como uma plataforma de vendas online, mas também como um ambiente propício para soluções financeiras inovadoras. Com o Mercado Pago integrado, o Mercado Livre está revolucionando a forma como as pessoas interagem com o sistema bancário tradicional, tornando-se uma referência no setor digital.
Mercado Livre: Expansão no Mercado Financeiro
O ecossistema financeiro está em constante evolução, com empresas como o Mercado Livre e o Nubank liderando a inovação. Recentemente, a gestora Volpe Capital participou de uma tranche na Aplazo, uma fintech que opera no modelo ‘buy now, pay later’. Enquanto isso, o Mercado Livre está traçando grandes planos no México.
O Mercado Livre anunciou que está em negociações com reguladores para obter uma licença que permitirá oferecer um sistema bancário completo no México. Este movimento visa aproveitar a oportunidade de disrupção e promover a inclusão financeira. A expectativa é que a aprovação seja concedida em um prazo de 18 a 24 meses.
Atualmente, o Mercado Pago, a plataforma financeira do Mercado Livre, possui a licença IFPE, que possibilita a oferta de uma variedade de serviços financeiros, incluindo pagamentos, empréstimos, cartões, investimentos e seguros. Por outro lado, o Nubank opera sob a licença Sofipo nível 1, permitindo oferecer serviços bancários como depósitos, cartões e empréstimos.
Os analistas do Goldman Sachs destacam que uma licença completa não apenas proporcionaria ao Mercado Livre acesso a mais opções de financiamento, mas também aumentaria a flexibilidade na oferta de novos produtos para impulsionar o crescimento e o engajamento dos usuários. A empresa busca aprofundar seu envolvimento com os clientes por meio de um modelo de compra-agora, pague-depois.
No México, o Mercado Livre possui cerca de 15,3 milhões de usuários ativos mensais em sua operação de comércio eletrônico, em comparação com 6,8 milhões em seu aplicativo Mercado Pago. Embora não divulgue detalhes específicos, estima-se que a empresa já seja uma das maiores fintechs do país.
De acordo com as estimativas do Goldman Sachs, o Mercado Livre possui uma carteira de crédito bruta de US$ 1,5 bilhão no México, representando 0,4% do total de empréstimos do mercado. Em comparação, o Nubank possui cerca de US$ 900 milhões em carteira de crédito.
No primeiro trimestre deste ano, o Mercado Livre reportou receitas de US$ 360 milhões em sua área financeira no México, sendo 65% provenientes de empréstimos. Enquanto isso, o Nubank registrou US$ 150 milhões no mesmo período. A busca por uma licença completa visa principalmente a introdução de novos produtos e serviços.
A expansão do Mercado Livre no setor financeiro não se limita apenas a oferecer empréstimos, mas também inclui a possibilidade de os usuários do Mercado Pago receberem seus salários diretamente em suas contas digitais. Isso aumentaria o engajamento e a probabilidade de utilização de todos os serviços da fintech.
Além disso, a licença completa permitiria ao Mercado Livre acessar opções de financiamento mais vantajosas, semelhantes a um banco tradicional. Os analistas do Goldman Sachs acreditam que essa estratégia visa aprimorar a experiência do usuário e não necessariamente competir diretamente no varejo bancário.
A ação MELI, listada na bolsa de valores da Argentina, teve uma queda de 29,5% no ano, mas uma valorização de 62,6% em 12 meses, com um valor de mercado de US$ 88,1 bilhões. O Mercado Livre está se consolidando como um player importante no sistema financeiro, impulsionando a inovação e a inclusão financeira.
Fonte: @ NEO FEED
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