20 montadoras chinesas vendem carros no México, EUA teme que China use acordo comercial para driblar restrições; autoridades poderiam suspender futuras reuniões sobre segurança nacional.
O governo mexicano, pressionado pelos Estados Unidos, está adotando uma postura cautelosa em relação às montadoras chinesas, evitando oferecer incentivos terrenos como terrenos públicos baratos ou isenções fiscais para investimentos na fabricação de veículos elétricos, de acordo com fontes familiarizadas com o assunto. A mais recente reunião entre autoridades mexicanas de destaque e uma montadora chinesa ocorreu em janeiro, com representantes da BYD Co.
Essa abordagem reflete a delicada posição do México entre os interesses econômicos dos EUA e o potencial de investimento trazido pelas fabricantes chinesas de carros. A rivalidade geopolítica e comercial entre as grandes potências está impactando as estratégias de crescimento das montadoras chinesas, que precisam encontrar maneiras inovadoras de expandir suas operações globalmente.
Montadoras Chinesas Sob Pressão no México
Uma das maiores fabricantes de veículos elétricos do mundo em termos de vendas, as montadoras chinesas enfrentam desafios no México. Durante uma reunião com autoridades mexicanas, ficou claro que não haveria incentivos como no passado. As autoridades até mencionaram a possível suspensão de futuras reuniões com os fabricantes chineses de carros.
O gabinete do presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador não se pronunciou de imediato sobre o assunto. O Ministério da Economia do México também preferiu não comentar. Tanto a BYD quanto a embaixada chinesa no país latino-americano não responderam às solicitações de comentário.
Em contrapartida, um porta-voz da Casa Branca afirmou que o presidente Joe Biden não permitirá que as montadoras chinesas inundem o mercado com veículos que possam representar uma ameaça à segurança nacional. A segurança nacional parece ser uma das preocupações em pauta, conforme a Reuters conseguiu apurar.
Atualmente, cerca de 20 montadoras chinesas oferecem carros no México, apesar de nenhuma delas possuir uma fábrica no país. Os veículos chineses constituem aproximadamente um terço do total de opções disponíveis no mercado mexicano.
Acordo de Livre Comércio e Pressões Externas
A ação das autoridades mexicanas pode estar associada à pressão dos Estados Unidos, em especial do Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR), para manter as montadoras chinesas fora da zona de livre comércio estabelecida pelo Acordo de Livre Comércio da América do Norte.
De acordo com um funcionário do USTR, o Acordo Estados Unidos-México-Canadá não foi concebido para facilitar o acesso de empresas chinesas ao mercado americano contornando tarifas. A discussão sobre tarifas se torna crucial, principalmente no setor automotivo.
A resistência dos EUA reflete o nervosismo crescente na indústria automotiva, nos sindicatos e na esfera política em relação às fabricantes chinesas, como BYD, SAIC, Geely, Chery e JAC. Há o receio de que o México se torne uma rota para a entrada de carros elétricos chineses nos EUA, sem as tarifas devidas, que hoje estão em 27,5%.
A representante comercial dos EUA, Katherine Tai, ressaltou a importância de proteger os veículos elétricos da concorrência chinesa subsidiada. Este cenário evidencia as tensões comerciais e geopolíticas envolvendo as montadoras chinesas e suas estratégias de expansão no mercado internacional.
Fonte: @ Info Money
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