Exagero se transformou em sinônimo de ostentação, em detrimento da elegância. Difera enorme coisa em coisa: demasia, modelagens, roupas rasgadas, ar tenso, desafio, punk, romantismo, influências, logotipos, estampas chamativos, Quiet, Luxo, bens posicionais, mercado de trabalho, itens de alta qualidade, bem trabalhados, atemporais, passarelas, Shivon, Roy, Succession, HBO, looks limpos. Diferença entre cores, força, mercado de luxo, bens posicionais, 1980s fashion, exagero, fashion.
Tenho algumas recordações da minha juventude, mas quase nenhum da minha fase adulta. A memória é traiçoeira e é difícil recordar de tudo. Quando nos esquecemos desses momentos, somos resgatados pelas fotografias. Lamento não ter muitas dessa época de transição.
Em um mundo repleto de moda e ostentação, onde o mercado de luxo dita as regras, é importante capturar cada instante com estilo. As passarelas brilham com as criações dos designers mais renomados, elevando o conceito de luxo a patamares inimagináveis. Cada peça de roupa de grife é uma declaração de fashion e personalidade.
Reflexões sobre a Moda e o Mercado de Luxo
Por outro lado, quando reflito sobre a essência da moda nos anos 1980, das roupas que marcaram época, surge em minha mente um vazio fotográfico que, de certa forma, preserva minha reputação. Os registros daquela era servem hoje apenas como memes, evidenciando o puro exagero fashion que dominava a cena. A demasia estava presente nas proporções exageradas, nas cores vibrantes, nas modelagens arrojadas e nas sobreposições ousadas. As roupas rasgadas e com um ar desafiador refletiam influências do movimento punk, enquanto as mangas bufantes, em situações mais formais, remetiam ao romantismo idealizado da princesa Diana.
As ombreiras e as roupas amplas, usadas pelas mulheres, eram uma afirmação do movimento feminino, demonstrando sua força, especialmente no mercado de trabalho. Naquela época, o cenário era de excessos, sem dúvida. No entanto, a ostentação não era necessariamente a regra, dada a situação econômica vigente.
A moda é uma expressão do contexto vivido, e ao longo das décadas, muitas tendências passaram pelas passarelas, desde os anos 1980 até os dias atuais. Uma das mais recentes é o conceito de Quiet Luxury (Moda Silenciosa), que preza pela discrição e elegância. Nesse novo paradigma, não há espaço para extravagâncias, logotipos chamativos ou estampas exageradas. Menos é mais, e os consumidores valorizam peças de alta qualidade, bem elaboradas e atemporais, em detrimento de itens excessivamente adornados que gritam poder aquisitivo.
Influenciados por ícones da moda, como Miuccia Prada, herdeira da renomada marca italiana Prada, os consumidores buscam uma estética mais minimalista. A dramaturgia também reflete essa tendência, como podemos observar na personagem Shivon Roy da série ‘Succession’, da HBO, que opta por looks simples e sem ostentação, mesmo em meio a outras excentricidades.
A ostentação, por sua vez, se manifesta nos números do mercado de luxo. Um estudo recente sobre o mercado de luxo brasileiro, realizado pela consultoria Bain & Company a pedido do jornal Valor Econômico e da revista Vogue, prevê um crescimento significativo, quase dobrando de tamanho de 2022 a 2030, atingindo a marca de R$ 133 bilhões.
Essa mudança de paradigma no mercado de luxo reflete uma questão geracional crucial, onde as novas gerações buscam o luxo não apenas como posse, mas como uma forma de expressão e posicionamento social. Os artigos de luxo são considerados bens posicionais, transmitindo uma imagem e uma mensagem específicas. A discrição e a seletividade passaram a ser mais valorizadas do que a extravagância, mostrando que o exagero agora é associado à ostentação, não à elegância. Essa distinção sutil, mas significativa, redefine a essência do luxo nos dias atuais.
Fonte: @ Valor Invest Globo
Comentários sobre este artigo