A agência de classificação de risco é otimista demais com o Brasil? Ou os analistas eram pessimistas demais? Risco fiscal, déficit zero, reforma tributária e arcabouço fiscal são fundamentais, mas estímulos fiscais são necessários.
A pergunta que permanece sem resposta é se a agência Moody’s está excessivamente otimista em relação ao Brasil, ao elevar a nota de crédito, ou se a média dos analistas está sendo excessivamente pessimista. Essa é a grande dúvida que paira sobre os investidores. A Moodys parece ter uma visão mais positiva do que a maioria dos especialistas, o que levanta questionamentos sobre a sua avaliação.
É importante notar que a Moodys, como uma agência de classificação de crédito, tem um papel fundamental na avaliação da saúde financeira de um país. No entanto, sua decisão de elevar a nota de crédito do Brasil pode ser vista como um sinal de que a agência está mais otimista do que deveria. A avaliação de crédito é um processo complexo e envolve muitos fatores, incluindo a estabilidade política e econômica do país. A Moodys pode ter considerado esses fatores ao tomar sua decisão, mas é importante questionar se sua avaliação é realista. A confiança dos investidores é fundamental para o crescimento econômico de um país, e a decisão da Moodys pode ter um impacto significativo nessa confiança.
Avaliação da Moody’s: um passo positivo para o Brasil
É um fato conhecido que o governo brasileiro enfrenta desafios para equilibrar suas receitas e despesas. O risco fiscal é um tema recorrente entre os analistas locais e também é uma preocupação para a agência de classificação de crédito Moody’s. No entanto, é importante considerar outros fatos que compõem a realidade econômica do país.
Um déficit zero em vista
O Brasil está caminhando para terminar 2024 com um déficit zero, o que é um objetivo ambicioso, mas possível. Embora o governo possa não alcançar esse objetivo com louvor, é provável que ele consiga fechar o ano com um resultado positivo. Isso é um sinal de que a economia está se recuperando, ainda que lentamente, desde a perda do grau de investimento em 2015.
Reformas e crescimento
Desde 2016, o Brasil tem implementado reformas importantes, como a trabalhista, a da Previdência e o marco do saneamento. Além disso, a reforma tributária, que foi aprovada após 30 anos de discussão, ainda está em processo de regulamentação. O arcabouço fiscal, embora desgastado, é um instrumento importante para o país. Essas reformas e o crescimento econômico têm contribuído para a melhoria da confiança e a redução do desemprego e da inflação.
Avaliação da Moody’s
A decisão da Moody’s de manter a avaliação de crédito do Brasil é um passo positivo para o país. A agência de classificação de crédito reconheceu os esforços do governo para equilibrar as finanças públicas e implementar reformas. Embora ainda haja muito a ser feito, a Moody’s está confiante de que o Brasil possa voltar ao grupo de países considerados à prova de calote.
Desafios futuros
Para que o Brasil possa alcançar o grau de investimento, é necessário que o Executivo e o Legislativo trabalhem juntos para reformar os gastos públicos. Isso não significa apenas cortar despesas, mas também trazer eficiência ao uso da arrecadação recorde. Se isso for feito, outras agências de classificação de crédito também devem reavaliar a situação do país e conceder uma nova avaliação positiva.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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