Uma mulher usou documentos falsos, incluindo certidão de nascimento, para enganar o Exército e se juntar à Força Expedicionária Brasileira durante a Segunda Guerra Mundial.
Uma mulher foi flagrada por usar documentos falsos para enganar o Exército e receber indevidamente uma pensão militar de filha solteira por mais de três décadas. Esse caso chama a atenção para a importância de verificar a autenticidade dos documentos apresentados para receber benefícios.
A fraude foi descoberta após uma investigação detalhada, que revelou que a mulher havia apresentado documentos falsos para obter a pensão. Esse tipo de fraude não apenas prejudica o erário público, mas também afeta a credibilidade do sistema de benefício e aposentadoria. Além disso, é importante lembrar que o auxílio deve ser concedido apenas àqueles que realmente precisam e têm direito a ele. A transparência e a fiscalização são fundamentais para evitar fraudes.
Uma Fraude que Durou Décadas: O Caso de Ana Lucia Galache
Ana Lucia Umbelina Galache de Souza, atualmente com 55 anos, enganou a Força Expedicionária Brasileira ao apresentar uma certidão de nascimento falsificada, alegando ser filha de um ex-combatente da Segunda Guerra Mundial, apenas para obter o benefício da pensão. Durante o período de outubro de 1988 a maio de 2022, Ana Lucia Galache recebeu um total de R$ 3,7 milhões em pensão militar, o que equivale a R$ 7,2 milhões em valores corrigidos.
A fraude foi possível graças à ajuda de sua avó, Conceição Galache de Oliveira, que a ajudou a falsificar os documentos. As duas dividiam os valores da pensão militar. No entanto, foi a própria avó quem denunciou a irregularidade ao Exército em 2021, após uma disputa por R$ 8 mil que Ana Lucia Galache não havia pago. Infelizmente, a avó faleceu pouco depois de denunciar a neta e não pôde responder criminalmente pelo caso.
Condenação e Devolução da Pensão
Ana Lucia Galache foi condenada pela justiça militar em fevereiro de 2023 a três anos e três meses de prisão. Além disso, o Tribunal de Contas da União (TCU) a condenou a devolver os R$ 3 milhões recebidos em pensão por se apresentar falsamente como filha solteira. Ela também deverá pagar uma multa de R$ 1 milhão e não poderá exercer cargo em comissão ou função de confiança por 8 anos.
A fraude foi descoberta após a análise da certidão falsa, que apresentava Ana Lucia Galache como Ana Lucia Zarate, filha do ex-combatente Vicente Zarate, da Força Expedicionária Brasileira (FEB). No entanto, Vicente Zarate era, na realidade, o tio-avô de Ana Lucia, e não seu pai. Vicente Zarate não deixou filhos, o que significa que a pensão cessaria com sua morte. Ana Lucia Galache recebia R$ 4.952,22 por mês.
Ao ser interrogada em juízo, Ana Lucia Galache admitiu o crime e confessou que não havia convivido com Vicente Zarate, mas sim foi criada e educada por seus pais biológicos. Ela tratava Vicente como tio-avô e seus pais biológicos como pais, e utilizava o nome registrado por seus pais biológicos, exceto para tratar de questões relacionadas à pensão militar, quando usava o nome, filiação e documentação falsa.
Consequências e Defesa
A sentença do juiz Luciano Coca Gonçalves, do tribunal militar, destaca que Ana Lucia Galache sabia da irregularidade da percepção da pensão militar e que ela havia recebido o benefício apenas por se apresentar falsamente como filha de Vicente Zarate. No âmbito do processo criminal, Ana Lucia Galache foi defendida pela Defensoria Pública da União (DPU), que alegou que ela não tem condições financeiras de contratar um advogado.
Fonte: © Direto News
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