Além de outros bairros, Campos Elíseos também sofreu com desabastecimento de água devido a problemas na infraestrutura.
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os habitantes da região central de São Paulo expressaram insatisfação com a falta de energia que, mais uma vez, ocorreu por volta das 12h40 desta quarta-feira (20), afetando até mesmo aqueles que já tinham tido o fornecimento de energia restabelecido. A extensão do problema desta vez é maior, com o bairro de Campos Elíseos se juntando a Higienópolis, Santa Cecília, Consolação, Vila Buarque e Cerqueira Cesar nas áreas prejudicadas pelo corte de energia.
A distribuidora de eletricidade na região, Enel, está trabalhando para solucionar o problema e restabelecer o fornecimento de energia o mais rápido possível. É importante que os moradores estejam cientes dos canais de comunicação da empresa para mais informações. A falta de energia elétrica pode trazer transtornos e é essencial que medidas preventivas sejam tomadas para minimizar futuros inconvenientes.
Energia: um bem essencial em falta
Segundo a concessionária, até o momento 15 mil endereços continuam sem energia elétrica. O fornecimento foi restabelecido para 60% dos 38 mil clientes afetados desde segunda-feira (18), quando a interrupção começou. A Enel afirmou que houve uma nova ocorrência em um dos circuitos da rede de distribuição subterrânea que atende os bairros citados e, por isso, fez um desligamento preventivo.
Ainda durante a manhã, quando completaram 48 horas do apagão, diversos endereços continuavam sem energia elétrica e começaram a sofrer com desabastecimento de água.A FESPSP (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo), que fica na rua General Jardim, na Vila Buarque, afirmou que desde segunda teve de remanejar as aulas presenciais para o on-line, além de fechar todo o atendimento aos estudantes, como secretaria, biblioteca e laboratório de informática.’Hoje cedo voltou em partes [a energia], mas oscila, ainda não conseguimos ligar parte dos aparelhos da instituição.
Falta de energia afeta instituições e residências
Em resumo, hoje é o terceiro dia seguido que não conseguimos ter aulas presenciais. Vamos ter que passar o noturno para on-line hoje de novo, pelo terceiro dia seguido. Não dá pra confiar’, afirmou a instituição.Bruno Eliezer, que mora e tem uma livraria na rua Aureliano Coutinho, também na Vila Buarque, disse que o prédio onde vive continua sem energia.’A luz que tinha acabou de novo.
Estamos sem água. Está bem difícil, e só cheiro de diesel queimado. Tem cinco geradores na rua’, afirmou.O profissional de marketing e comunicação Fernando Busian, que também mora na Aureliano Coutinho, disse que continua sem energia em seu apartamento pelo terceiro dia seguido.’Trabalho em casa e estou sem energia há três dias. Na segunda, deram vários prazos que não foram cumpridos.
Desafios enfrentados pela população com o desabastecimento de água
Ontem, depois das 9h, pararam de dar previsão’, contou Busian.Para piorar, agora começou a faltar água no prédio onde mora.’Ontem acabou a água também. A gente estava descendo para pegar balde, mas agora nem isso. Vou para a casa de um amigo. Moro há oito anos aqui e nunca faltou luz, local com infraestrutura boa.
Eu sabia que o serviço da Enel era ruim, mas viver isso é assustador’, afirmou.Carolina Dantas, 33, que mora na rua Major Sertório, na Vila Buarque, reclama da situação.Ela já estava com a eletricidade normalizada em seu apartamento desde a terça de manhã, mas passou a ter intermitência nesta quarta.’Eu trabalho de casa e estou vendo que o problema não está resolvido.
Impactos do desabastecimento em pessoas idosas da região
Se está indo e voltando significa que não arrumaram de fato. A gente não consegue se organizar. Não sei se preciso ir para um hotel para poder trabalhar. Não sei se vai ficar sem energia 1 hora ou um dia’, apontou.Na rua Canuto do Val, em um prédio onde moram pessoas idosas, a falta de energia traz ainda mais desafios.
O prédio está sem eletricidade desde segunda e, em consequência, as bombas não funcionam para mandar água para a caixa.’Aqui está um caos. É o tempo todo o pessoal descendo e subindo as escadas com balde.
Esforços para normalização do fornecimento de energia
Tem uma senhora de quase 90 anos, que teve fratura no fêmur recentemente, e tendo que passar por isso’, disse o zelador José Aparecido de Oliveira, 64.Ele trabalha e mora no prédio há 24 anos e disse que nunca passou por situação parecida.’Nunca vi nada parecido com isso aqui. Já aconteceu de cair a força, mas voltava rapidinho. Não é só a gente, a região toda está assim.
Estamos jogados, abandonados’ afirmou.A Enel afirmou na noite desta terça que normalizou o fornecimento de energia para todos os clientes que tiveram o serviço afetado na segunda-feira, em razão de danos ‘provocados por terceiros’ na sua rede subterrânea.’Mas, durante o trabalho, identificaram um indicativo de nova falha, optando por desligar preventivamente um dos circuitos para realizar nova intervenção.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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