Estudo em São Paulo há mais de uma década, a mobilidade urbana por transporte hidroviário nas margens dos rios, com pontos de ancoragem e soluções de engenharia.
O transporte fluvial é uma opção que está ganhando espaço no debate sobre mobilidade urbana em São Paulo, embora de forma ainda tímida. A cidade, que busca soluções inovadoras para melhorar a qualidade de vida de seus habitantes, está explorando essa modalidade de transporte, que é amplamente utilizada em várias cidades pelo mundo.
A primeira experiência da capital paulista com o transporte fluvial foi lançada em maio deste ano, com o Aquático-SP, uma linha que atravessa a Represa Billings, na Zona Sul. Essa iniciativa é um exemplo de como o transporte hidroviário pode ser uma opção viável e eficiente para a mobilidade urbana, reduzindo a dependência de veículos motorizados e contribuindo para a melhoria da qualidade do ar. Além disso, o transporte aquático também pode ser uma opção turística atraente, permitindo que os passageiros apreciem a beleza da cidade de uma perspectiva diferente. A inovação é o caminho para o futuro.
O Potencial do Transporte Fluvial em São Paulo
O transporte fluvial é uma solução que pode aliviar o tráfego rodoviário e se integrar bem com outros modais, como o metrô e os ônibus. No entanto, a implantação do transporte hidroviário público na capital, com os canais do Rio Tietê, Pinheiros e Tamanduateí, além de represas, enfrenta obstáculos significativos, sobretudo, de planejamento. Segundo dados da Confederação Nacional do Transporte (CNT), até 2019 o Brasil utilizava apenas um terço dos mais de 60 mil quilômetros navegáveis em seu território. Apenas 5% da movimentação total de cargas, por exemplo, acontece pelos rios.
Desafios para a Implantação do Transporte Fluvial
Para o especialista em logística João Carlos Daniel, o transporte fluvial poderia ser uma solução viável para a mobilidade urbana, mas enfrenta barreiras culturais e de planejamento. Rafael Calábria, geógrafo especialista em mobilidade urbana, reforça a necessidade de planejamento e investimento público como ponto de partida. ‘Em São Paulo, temos o problema de as marginais terem sido construídas sobre os rios, o que torna mais difícil implantar um sistema eficiente de transporte fluvial. Seria necessário reestruturar as margens dos rios e criar pontos de ancoragem adequados’, explica Calábria.
A Sustentabilidade do Transporte Fluvial
Ambos os especialistas concordam que o transporte fluvial é uma alternativa ecologicamente sustentável. Além de não ser poluente, ainda ajudaria a reduzir as emissões de carbono ao diminuir o número de veículos nas ruas. Calábria pondera, no entanto, que é preciso tomar cuidado com a preservação das margens dos rios para evitar a erosão. ‘Com soluções de engenharia adequadas, seria possível criar um sistema sustentável’, afirma. O transporte fluvial também poderia estimular o desenvolvimento de startups focadas em energia limpa e soluções tecnológicas para mobilidade.
O Futuro do Transporte Fluvial em São Paulo
Com um planejamento adequado e o devido apoio público, o transporte fluvial pode se tornar uma solução viável e sustentável para a mobilidade urbana da cidade. Calábria conclui: ‘Há uma demanda real em São Paulo, e o transporte fluvial pode oferecer uma alternativa eficiente e ambientalmente sustentável’. O transporte aquático pode ser uma opção para o futuro, mas é necessário superar os desafios atuais e investir em soluções de engenharia para torná-lo uma realidade. O transporte hidroviário pode ser uma solução para a mobilidade urbana, mas é necessário planejamento e investimento público para torná-lo uma realidade.
Fonte: @ Terra
Comentários sobre este artigo