Letras financeiras tiveram sua liquidez reduzida pelo Governo, afetando sua importância como fonte de funding sob o ponto de vista financeiro.
Desde sua origem em 2004, as letras de crédito imobiliário (LCI) e do agronegócio (LCA) tornaram-se populares entre os investidores no Brasil devido à isenção de Imposto de Renda (IR), prazos vantajosos e segurança proporcionada pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC). As instituições financeiras passaram a utilizar esses instrumentos como uma forma significativa de mudanças no financiamento, especialmente aquelas com foco de atuação nos setores imobiliário e do agronegócio.
A crescente demanda por investimentos mais seguros e rentáveis impulsionou transformações no financiamento oferecido pelos bancos, levando a uma evolução no ‘funding’ disponível no mercado. Essas alterações nas captações refletem uma busca por instrumentos financeiros mais atrativos e alinhados com as expectativas dos investidores em um cenário econômico em constante mudança.
Mudanças no Financiamento: Novas Regras e Impactos no Mercado
Em fevereiro, o Conselho Monetário Nacional (CMN) realizou alterações significativas nas regras dos instrumentos financeiros, com o objetivo de restringir o que se qualifica como lastro e aumentar o prazo mínimo para captação. Essas transformações no financiamento prometem afetar diretamente o mix de captação das instituições financeiras, especialmente aquelas de menor porte. No entanto, ainda é incerto qual será a verdadeira magnitude dessas alterações nas captações.
Para Claudio Gallina, diretor sênior da área de bancos da Fitch, as mudanças nos títulos incentivados podem trazer consigo importantes modificações no perfil e no custo de captação. A evolução no funding dessas instituições deve refletir as novas diretrizes, o que pode resultar em desafios, principalmente para os bancos menores e médios. Em sua análise, Gallina destaca que tais efeitos serão mais evidentes no curto prazo para essas instituições de menor porte.
É interessante observar que as grandes instituições financeiras já possuem uma importante fonte de funding consolidada nos setores imobiliário e agrícola. Dessa forma, não é esperado que enfrentem grandes dificuldades para encontrar lastros elegíveis para novas emissões. Já no caso das instituições menores, o cenário se mostra mais desafiador, podendo resultar em aumentos significativos no custo de captação.
Neste contexto, é fundamental considerar diferentes pontos de vista das instituições financeiras em relação a essas mudanças no financiamento. A adaptação a esse novo cenário exigirá não apenas ajustes operacionais, mas também uma análise estratégica para garantir a sustentabilidade e competitividade no mercado. A evolução no funding e as transformações no financiamento certamente trarão impactos significativos, e é essencial que as instituições estejam preparadas para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que surgirão.
Portanto, é crucial acompanhar de perto como as instituições financeiras irão se adaptar a essas mudanças no financiamento e como isso irá influenciar o mercado como um todo. Os próximos meses serão decisivos para a compreensão dos reais impactos dessas alterações e para a definição de estratégias que garantam a sustentabilidade e o crescimento do setor.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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