Itaú Asset prevê emissões aumentarem em 40% em 2024. Investidor busca spreads maiores em títulos riscados, enfrenta restrições, novas regulamentações, LCI, LCA, CRI, CRA, aumento de juros, menor oferta de produtos atraentes, pipelines e maior custo de crédito. Sectores: crédito, consumo, commodities, logística, rodovias, imobiliário, utilidades.
O mercado de crédito privado no Brasil está passando por ajustes diante das recentes regulamentações governamentais. As restrições aos lastros para LCI e LCA, CRI e CRA estão impactando a direção do mercado de crédito, levando os investidores a se voltarem para títulos mais arriscados, que haviam sido evitados desde a crise das Americanas e Light.
Nesse cenário de mudanças, é importante observar como o mercado financeiro de crédito está se adaptando às novas exigências. Os investidores estão buscando alternativas para diversificar suas carteiras e encontrar oportunidades de investimento mais atrativas, diante das transformações no mercado de crédito privado.
Mercado de Crédito Privado em Crescimento Acelerado
A dinâmica do mercado financeiro de crédito está passando por mudanças significativas, impulsionadas pela queda na taxa de juros e pela menor oferta de produtos bancários atraentes. Esses fatores estão prometendo acelerar as emissões de títulos de dívida corporativos, com previsão de um aumento de até 40% em 2024, de acordo com o Itaú. No ano passado, o montante total de emissões atingiu R$ 369 bilhões, com um expressivo volume de R$ 111 bilhões apenas no primeiro trimestre deste ano.
Uma das razões para esse crescimento é a redução do custo do crédito, impulsionada pela queda da Selic e pela busca dos investidores por alternativas de alocação diante da escassez de isentos. Os spreads, especialmente entre as debêntures incentivadas, estão apresentando uma queda significativa, chegando a 0,5% em comparação com os 1% anteriores. Algumas empresas conseguiram até mesmo realizar emissões sem spread, como foi o caso da Rumo.
Fayga Czerniakowski Delbem, superintendente de crédito privado da Itaú Asset, destaca que o mercado está passando por uma transição, com empresas de alta qualidade sendo obrigadas a aceitar spreads menores, em torno de 0,3%. A competição está se intensificando, levando a uma busca por prêmios mais atrativos.
O mercado inicialmente focou nos créditos AAA, considerados os mais seguros, mas posteriormente houve uma migração para títulos com ratings mais baixos, cujos spreads também estão em queda. Os títulos AA-, por exemplo, viram seus spreads reduzirem de 4,2 pp para cerca de 2,5 pp. No geral, os títulos corporativos estão oferecendo retornos em torno de CDI + 1,9%, comparado com os 2,6% do ano passado.
Esse movimento reflete um renascimento do mercado de crédito, após o período de incertezas do ano anterior. A demanda por crédito de maior risco está crescendo, com investidores buscando prêmios mais atrativos. Setores como o de consumo estão sendo avaliados como os mais arriscados, oferecendo prêmios superiores a 3%, enquanto segmentos como commodities, logística, rodovias, imobiliário e utilities apresentam diferentes níveis de retorno.
Pedro Boainain, diretor de investimentos de crédito na Itaú Asset, ressalta a importância de uma gestão ativa e criteriosa nesse cenário, onde a análise de portfólio e a avaliação constante dos riscos são essenciais. O mercado de crédito privado está passando por uma transformação, com oportunidades e desafios que exigem uma abordagem estratégica e dinâmica para garantir retornos sólidos e sustentáveis.
Fonte: @ NEO FEED
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