Homens do mundo corporativo devem debater sobre equidade de gênero, energia feminina e práticas usadas em cargos de liderança e jornada semanal.
O empresário Tallis Gomes voltou a chamar a atenção do público após uma declaração polêmica sobre mulheres em cargos de liderança, afirmando que não gostaria de ter uma mulher CEO. Essa não é a primeira vez que ele se envolve em controvérsias, tendo anteriormente expressado sua relutância em contratar pessoas com ideologias políticas de esquerda.
Após essa declaração, Tallis Gomes foi expulso do conselho da Hope, uma medida que reflete a insatisfação com suas opiniões consideradas sexistas e discriminatórias. Como um líder empresarial, é esperado que ele promova um ambiente de trabalho inclusivo e respeitoso, mas suas palavras parecem contradizer essa expectativa. A expulsão do conselho é um sinal de que suas ações e palavras têm consequências, e que a sociedade não tolera mais discriminação em ambientes profissionais.
Um CEO e a Visão Limitada sobre Mulheres em Cargos de Liderança
O empresário Tallis Gomes recentemente causou polêmica ao expressar sua opinião sobre mulheres em cargos de liderança. Segundo ele, uma mulher em cargo de liderança se masculiniza, ou seja, ela se distancia do papel que ele acredita ser o papel da mulher: o de servir. Isso levanta questões sobre como ele vê o papel das mulheres na sociedade e no ambiente de trabalho. Quem cuidaria da casa, família, do marido e dos filhos se uma mulher adotasse uma jornada semanal de 70 a 80 horas semanais, como defendido por Gomes?
A reação ao conteúdo misógino de suas falas foi imediata e intensa, levando à sua retratação pública e à sua saída da presidência da G4 Educação, empresa fundada por ele que oferece mentorias sobre práticas usadas por empresas bem-sucedidas no mundo. Para minimizar o impacto negativo na imagem da empresa, foi anunciada uma mulher para ocupar o cargo de Gomes. Além disso, o empresário teve palestras canceladas e foi expulso do conselho da Hope.
A Importância da Equidade de Gênero em Cargos de Liderança
É surpreendente que um empresário que criou uma escola de liderança nunca tenha reconhecido ou lido sobre as vantagens de ter mulheres em cargos de comando. A equidade de gênero parece ser um tema sem relevância na empresa fundada por ele, onde há apenas uma mulher na equipe de quinze mentores, segundo o próprio site da companhia. A mentalidade de Gomes de que a ‘energia feminina‘ é para ser usada nos ‘lugares certos’ como o lar é um exemplo disso.
No entanto, há evidências que mostram que mulheres no trabalho têm um nível de comprometimento muito maior do que os homens. Além disso, quando chegam a cargos de chefia, elas promovem equipes mais engajadas, com mais entusiasmo e motivação. Segundo uma pesquisa da Ipsos, as brasileiras são percebidas como líderes que tratam as pessoas LGBTQ+ e minorias étnico-raciais de forma mais justa no ambiente de trabalho.
O Caminho para a Paridade de Gênero
Um bom líder deveria estar preocupado em capacitar mais mulheres para cargos de liderança, pois isso seria benéfico para a empresa. Embora haja mais mulheres em altos postos de chefia hoje em dia, a imensa maioria dos cargos de CEO no Brasil, 95%, são ocupados por homens. Isso prova que o caminho para a paridade de gênero no país ainda é longo, mas precisa ser trilhado.
De acordo com um estudo do pesquisador norueguês Øystein Gullvåg Holter, países onde a equidade de gênero é maior, os homens tendem a ser menos violentos, menos deprimidos e experimentam relacionamentos mais estáveis e felizes. Devemos aproveitar a oportunidade para nos conscientizar da urgência de uma sociedade que seja mais justa para todos.
Fonte: @ Nos
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