Produtores brasileiros rejeitam acusações de algodão para Zara e H&M, sem irregularidades relatadas pela iniciativa Better Cotton Initiative.
A ONG britânica Erathsigth divulgou um comunicado recentemente com acusações graves envolvendo as gigantes da moda Zara e H&M. Segundo o relatório, as empresas estariam ligadas a esquemas de desmatamento, grilagem e violações de direitos humanos relacionados a produtores de algodão no Brasil. Após extensa investigação com análise de imagens de satélite e dados de exportação, a ONG afirmou ter encontrado evidências de 816 mil toneladas de algodão originado de propriedades suspeitas.
Apesar das incriminações feitas pela ONG, tanto a Zara quanto a H&M ainda não se manifestaram publicamente sobre as alegações apresentadas. As denúncias levantadas colocam em xeque a cadeia de produção dessas empresas e ressaltam a importância da transparência e responsabilidade socioambiental no setor da moda. É fundamental que investigações mais minuciosas sejam realizadas para esclarecer as possíveis irregularidades mencionadas.
Relatório Acusando Varejistas de Moda por Incriminações de Desmatamento
Na mira da ONG estão propriedades do Grupo Horita e da SLC Agrícola (SLCE3) na Bahia. A investigação revela que o algodão proveniente dessas áreas chegou às varejistas de moda por meio de intermediários, desencadeando um escândalo de alegações ambientais. Ao examinar milhares de registros de exportação, os investigadores descobriram que os fornecedores de grandes marcas como H&M e Zara adquirem algodão cultivado no oeste da Bahia por esses dois gigantes agropecuários.
Segundo a Earthsigth, as alegações se concentram nas regiões conhecidas como Estrondo, em Formosa do Rio Preto, e Capão do Modesto, em Correntina, ambas na Bahia. O relatório da ONG baseia-se em denúncias de comunidades locais e ações do Ministério Público estadual relacionadas à grilagem e apropriação indevida de terras públicas que remontam às décadas de 1970 e 1980.
As incriminações vêm à tona no contexto dos direitos humanos e do meio ambiente, envolvendo alegações de que a SLC estaria se beneficiando de uma área de reserva legal em Capão do Modesto. Por outro lado, o Grupo Horita é acusado de ser o proprietário da Fazenda Alegre, em meio a conflitos de terras na região.
A Better Cotton Initiative (BCI), maior programa de sustentabilidade para o algodão, também é citada no relatório. Em 2017, o programa foi acusado de ‘lavagem verde’, levantando questões sobre a eficácia de suas diretrizes. Apesar de ser um pilar global na certificação de algodão sustentável, o BCI enfrenta críticas por possíveis lacunas e conflitos de interesse em suas práticas.
A Earthsigth destaca que, embora o Better Cotton tenha atualizado suas regras em 1º de março de 2024, ainda persistem problemas significativos. Por exemplo, o algodão de áreas desmatadas ilegalmente antes de 2020 ainda pode ser certificado como sustentável, sem considerar o impacto em comunidades locais prejudicadas.
Essas alegações levantam questões sobre a transparência e a responsabilidade das empresas em toda a cadeia de abastecimento, desde os produtores até as varejistas de renome internacional. A necessidade de garantir a origem sustentável dos produtos comercializados é crucial para a integridade ambiental e social no setor da moda.
Fonte: @ Info Money
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