PF intercepta diálogos suspeitos sobre esquema de venda, operação churrascada deflagrada, afastamento de Ivo Almeida para reestabelecer processo de supostos desvios em hospitais.
Via @metropoles | Conversas interceptadas pela Polícia Federal (PF) revelam que suspeitos de participação em um possível esquema de venda de decisões no gabinete do juiz Ivo de Almeida, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), utilizavam termos como ‘churrasco’, ‘carne’ e ‘picanha’ como códigos para transações de propina que teriam sido realizadas ao magistrado em troca de sentenças favoráveis. O juiz foi alvo de busca e apreensão durante a Operação Churrascada, deflagrada pela PF na última quinta-feira (20/6), por determinação do ministro Og Fernandes, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que também decretou o afastamento de Ivo de Almeida (foto em destaque) de suas funções por um ano.
As investigações apontam que os envolvidos no esquema utilizavam a palavra ‘picanha’ para se referir aos valores das propinas, enquanto ‘carne’ era o termo adotado para indicar os destinatários dos pagamentos ilícitos. A complexidade do caso levou a PF a aprofundar as investigações sobre as práticas suspeitas no gabinete do desembargador, visando desmantelar a rede de corrupção que se valia de expressões relacionadas a um simples churrasco para encobrir transações ilegais. A justiça segue atenta a essas práticas e busca garantir a integridade e a transparência do sistema judiciário.
Operação Churrascada Deflagrada Revela Esquema de Venda de Decisões
uma série de mensagens comprometedoras nos celulares dos investigados, incluindo o guarda municipal Wellington Pires, o advogado Luiz Pires Moraes Neto e Valmi Lacerda Sampaio. Este último, já falecido, era amigo do desembargador envolvido no suposto esquema de desvios em hospitais públicos. Ivo de Almeida, mencionado nas conversas, era aparentemente uma peça chave no afastamento da Justiça.
Nos diálogos interceptados, Valmi era o responsável por marcar as datas dos ‘churrascos’, termo codificado para se referir a plantões judiciários nos quais Ivo de Almeida despachava decisões favoráveis. Em uma das mensagens, Valmi combinava com Wellington a data de mais um desses eventos, enquanto este oferecia uma picanha para o encontro.
O advogado Luiz Pires Moraes Neto demonstrava interesse em obter uma posição favorável e até mencionava a necessidade de correr atrás da carne, em uma possível referência a pagamentos ilícitos. Havia menções a um posto de gasolina onde possíveis transações financeiras eram realizadas.
Após a morte de Valmi, Wilson Vital Menezes Junior assumiu o papel de interlocutor de Ivo de Almeida, alegando ser ‘filho’ do falecido, apesar da falta de parentesco real. Novas conversas indicavam possíveis mudanças de decisões judiciais em troca de propina para beneficiar condenados defendidos pelo advogado.
Em uma negociação envolvendo o caso de Adormevil Vieira Santana, condenado por roubo e estelionato, Wellington e Wilson discutiam a possibilidade de influenciar uma decisão judicial mediante pagamento. O desembargador teria concedido prisão domiciliar a Adormervil em troca de favores financeiros, contrariando seu histórico de decisões.
A Procuradoria-Geral da República investiga as alegações de corrupção e venda de decisões judiciais, destacando a gravidade das acusações e a necessidade de investigação aprofundada. A operação ‘Churrascada Deflagrada’ revela um cenário de corrupção que abala a confiança na Justiça e exige medidas rigorosas para garantir a integridade do sistema judicial.
Fonte: © Direto News
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