Nova fase da operação vai investigar licitações vencidas por empresas ligadas ao PCC para gerir transporte público e desarticular o crime organizado.
O Ministério Público (MP) de São Paulo está investigando a suspeita de que a licitação para o transporte por ônibus na cidade tenha sido alvo de um cartel de empresas, envolvendo possíveis cartas marcadas e favorecimentos indevidos. Em 2019, durante a gestão do então prefeito Bruno Covas (PSDB), indícios apontam para a existência de práticas ilícitas que direcionaram o resultado da concorrência, beneficiando companhias como a Transwolff e a UpBus, que foram destaque na operação Fim da Linha. A nova ação da força-tarefa que investiga a infiltração do PCC em serviços públicos de cidades como São Paulo está em fase de planejamento, com um mapeamento das possíveis influências e próximas medidas que visarão políticos, órgãos públicos e servidores municipais.
Fontes próximas à investigação afirmaram que a baixa concorrência nos lotes destinados pela SPTrans levanta suspeitas de manipulação e direcionamento dos contratos, apontando para a atuação do Primeiro Comando da Capital (PCC) na articulação de esquemas ilícitos. A força-tarefa tem como objetivo desmantelar essas práticas criminosas que se infiltram em setores estratégicos da administração pública, visando a transparência e a legalidade nos processos de contratação e prestação de serviços, combatendo de forma eficaz a atuação de organizações criminosas como o PCC.
O avanço do Primeiro Comando da Capital nas empresas de transporte por ônibus
A atuação do Primeiro Comando da Capital (PCC) tem sido um tema recorrente nas investigações sobre a expansão do crime organizado, especialmente no controle de empresas de transporte por ônibus. Recentemente, foi revelado que essas empresas, ligadas à organização criminosa, receberam quase R$ 5,5 bilhões em recursos duvidosos.
Alvos da operação e a infiltração do PCC
A operação contra o PCC, conhecida como ‘Fim da Linha’, teve como objetivo combater a influência do Primeiro Comando da Capital em diversas esferas da sociedade. Entre os alvos da operação, estão figuras importantes da política, como o presidente da Câmara dos Vereadores, Milton Leite (União Brasil), e o ex-secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto (PT), que foram listados como testemunhas.
A infiltração do PCC em setores estratégicos, como o transporte público, levanta preocupações sobre a extensão do poder e da influência da organização criminosa.
Expansão do crime organizado e empresas controladas pelo PCC
A expansão do crime organizado, sobretudo com a participação do PCC, tem sido um desafio para as autoridades. A descoberta de empresas de ônibus controladas pelo Primeiro Comando da Capital revela a complexidade da relação entre o mundo criminoso e o ambiente empresarial.
Os investigadores acreditam que o grupo de empresas envolvidas com o PCC deve ser ainda maior do que se imaginava inicialmente, o que evidencia a necessidade de aprofundar as investigações e tomar medidas enérgicas para combater essa atividade criminosa.
Desdobramentos e novas evidências
Os desdobramentos da operação Fim da Linha incluem a análise minuciosa de contratos, documentos e apreensão de bens de luxo, como embarcações e aeronaves, que foram adquiridos com o dinheiro proveniente das atividades ilícitas ligadas ao PCC. A justiça deve analisar a incorporação desses bens à frota náutica da Polícia Militar de São Paulo, como parte das medidas de combate ao crime organizado.
A investigação em curso visa reunir novas evidências e provas que possam sustentar as acusações de lavagem de dinheiro e outros crimes relacionados à atuação do Primeiro Comando da Capital.É fundamental que os órgãos responsáveis ajam com determinação e eficácia para desmantelar as estruturas que permitem a expansão do PCC e de outras organizações criminosas no país.
Fonte: @ CNN Brasil
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